postado em 07/10/2013 06:05
[VIDEO1]Os antigos aliados PMDB e PT desdenharam a união de forças entre o presidente do PSB, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, mas os socialistas estão convictos de que esse pouco caso é jogo de cena. Em especial, no que se refere a uma das eleições que mais agita os políticos: a de bancadas de deputados federais, fundamentais para obtenção de tempo de tevê e recursos do fundo partidário. O PSB já fez as contas, e dada a corrida para filiação de pessoas interessadas em ingressar na política, a chances de crescimento de bancadas na Câmara dos Deputados e nas assembleias legislativas estaduais no ano que vem é real e não apenas coisa de sonhático. Em oito anos, o PV, por exemplo, cresceu a sua votação na legenda em 524%, de 127 mil, em 2002, saltou para 824 mil.
A expectativa agora é de que as filiações ocorridas no PSB, um partido bem mais amplo do que o PV, possa potencializar esse número. Em Brasília, por exemplo, diz o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), houve filas para filiação graças ao ingresso de Marina Silva na legenda. ;Esse movimento dela mexerá com a eleição proporcional e não apenas na campanha pela Presidência da República;, avalia.
Os números eleitorais do PV em 2010, quando Marina foi candidata a presidente da República, animam os socialistas. Foi um dos poucos partidos que conseguiu aumentar o número de votos na legenda em 2010. O PT, por exemplo, viu cair o total de 2,3 milhões para 2,2 milhões de votos. Também em relação aos estados. No Distrito Federal, onde a ex-senadora venceu a eleição presidencial, o antigo partido de Marina obteve 24 mil votos de legenda para deputado distrital. Votos de legenda são aqueles que o eleitor entrega ao partido sem nominar um candidato. Digita apenas o número da sigla sem os dígitos que especificam um determinado candidato. Para deputado federal no DF, foram 40 mil votos de legenda em favor do PV. Esse número, no Distrito Federal, é praticamente garantia de uma vaga na Câmara dos Deputados.
Estratégia
Ainda resta um ano pela frente. A preocupação inicial do PSB, segundo o senador Rollemberg, é deflagrar reuniões temáticas, de montagem de um programa comum para apresentar no ano que vem. Assim, é possível tirar de cena pressões externas por mudanças na chapa e uma substituição da candidatura de Eduardo Campos em prol de Marina Silva. ;A senadora deixou muito claro que veio para apoiar Eduardo, mas o PSB ainda não está tratando disso. Discutirá 2014 em 2014;.
Esta semana, por exemplo, o senador planeja deflagrar uma série de seminários para discutir um programa de desenvolvimento sustentável em diversas áreas. Afinal, para quem prometeu a ;boa e a nova política;, a hora, diz Rollemberg, é de mostrar serviço. Ele acredita ainda que, nos próximos dias, ficará claro que a união de Eduardo e Marina poderá ainda agregar outras forças, caso dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).