Politica

PF apura fraude em assinaturas na criação do partido Solidariedade

Funcionários do Legislativo contam que são falsas as firmas apresentadas nas fichas de apoio. Os próprios prejudicados se surpreendem com a semelhança das falsificações com as originais

postado em 16/10/2013 07:48
A Polícia Federal (PF) avançou na investigação sobre os indícios de fraude na coleta de assinaturas para criar o partido Solidariedade (SDD), chancelado no mês passado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Brasília, mais de 20 pessoas já foram ouvidas pelo delegado Manoel Vieira da Paz. Grande parte desse grupo é formada por funcionários do Poder Legislativo federal. Os servidores informaram, em depoimento, que não assinaram nenhuma ficha de apoio à nova legenda e ficaram impressionados com a semelhança entre as próprias firmas e as que constam nos documentos.

O deputado Paulo Pereira da Silva, fundador do Solidariedade, fala em complô contra a legenda:

[SAIBAMAIS]Um grupo menor de testemunhas ouvidas pela PF afirmou não lembrar se havia assinado fichas do partido fundado pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), o Paulinho da Força. Procurado pelo Correio, o delegado Manoel Vieira da Paz, responsável pela investigação em Brasília, não quis comentar o caso. Limitou-se a dizer que não poderia passar nenhuma informação sobre a investigação em andamento. O foco inicial da apuração são os lotes de fichas encaminhados ao Cartório Eleitoral da 1; Zona, na Asa Sul. Na 14; Zona Eleitoral, na Asa Norte, das 648 firmas apresentadas, 526 são de funcionários da Câmara, do Senado ou do Tribunal de Contas da União (TCU). Grande parte é filiada ao Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis).



O Correio denunciou que também houve fraude no Cartório Eleitoral da 15; Zona, em Águas Claras, onde a Justiça Eleitoral validou a ficha do ex-servidor do Senado Miguel Honorato dos Santos, falecido em 24 de setembro de 2011, aos 69 anos. Ele aparece como apoiador da nova sigla, que só começou a recolher firmas no ano passado. Uma semana antes, a legenda havia tentado enganar o Cartório Eleitoral da 14; Zona, ao encaminhar uma ficha assinada por José Washington Chaves, que morreu em agosto de 2006. Somados os registros, já podem ser computados, apenas em dois cartórios eleitorais, 705 servidores que teriam ;apoiado; a nova legenda.

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