postado em 30/10/2013 18:22
São Paulo - A antropóloga argentina Pilar Calveiro falou nesta quarta-feira (30/10) sobre o desaparecimento forçado como política de Estado em audiência pública da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva. Pilar é professora e pesquisadora na Universidade Autônoma de Puebla, no México, onde se exilou durante a ditadura militar argentina nos anos 1970.
Pilar veio ao Brasil para lançar o livro Poder e Desaparecimento: Os Campos de Concentração da Argentina. Na obra, ela traça uma anatomia da repressão da ditadura em seu país e defende que o ;poder desaparecedor; ou o desaparecimento forçado como política repressiva ainda existe.
Segundo a antropóloga, no mundo atual ainda há reflexos das violações feitas no período da ditadura, e mesmo os desaparecimentos forçados continuam ocorrendo, principalmente em situações como guerras figuradas pelo terrorismo e contra o crime organizado. ;Nesses dois cenários se cometem diversas violações de direitos dos cidadãos;.
[SAIBAMAIS]Pilar ressaltou que é importante acabar com a impunidade, porque quando ela existe, há permissão para que as violações dos direitos sejam repetidas. "Na medida em que há menos compreensão e menos processamento da impunidade, é mais difícil chegar às instâncias de responsabilidade legal de quem violou os direitos. Por isso, é importante levar os responsáveis à Justiça, porque isso abre uma porta não só para as vítimas, mas para toda a sociedade;.
Para Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade, o depoimento de Pilar sobre desaparecimento forçado na Argentina também remete a uma realidade do Brasil, mesmo que não tenha sido na mesma quantidade. ;O próprio Ato Institucional 5, quando privou a sociedade brasileira de habeas corpus, concedeu [ao Estado] o direito de fazer prisões ilegais, levando a um número grande de desaparecimentos;.
Rosa destacou que os desaparecimentos ainda ocorrem no Brasil e deu como exemplo o caso do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. ;Por isso, a Comissão Nacional da Verdade quer abrir também essa discussão, afinal foi criada exatamente para isso, para fazer um caminho entre uma situação de autoritarismo e uma situação de democracia. Por isso, temos que relacionar as torturas do passado com as do presente;.
Pilar veio ao Brasil para lançar o livro Poder e Desaparecimento: Os Campos de Concentração da Argentina. Na obra, ela traça uma anatomia da repressão da ditadura em seu país e defende que o ;poder desaparecedor; ou o desaparecimento forçado como política repressiva ainda existe.
Segundo a antropóloga, no mundo atual ainda há reflexos das violações feitas no período da ditadura, e mesmo os desaparecimentos forçados continuam ocorrendo, principalmente em situações como guerras figuradas pelo terrorismo e contra o crime organizado. ;Nesses dois cenários se cometem diversas violações de direitos dos cidadãos;.
[SAIBAMAIS]Pilar ressaltou que é importante acabar com a impunidade, porque quando ela existe, há permissão para que as violações dos direitos sejam repetidas. "Na medida em que há menos compreensão e menos processamento da impunidade, é mais difícil chegar às instâncias de responsabilidade legal de quem violou os direitos. Por isso, é importante levar os responsáveis à Justiça, porque isso abre uma porta não só para as vítimas, mas para toda a sociedade;.
Para Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade, o depoimento de Pilar sobre desaparecimento forçado na Argentina também remete a uma realidade do Brasil, mesmo que não tenha sido na mesma quantidade. ;O próprio Ato Institucional 5, quando privou a sociedade brasileira de habeas corpus, concedeu [ao Estado] o direito de fazer prisões ilegais, levando a um número grande de desaparecimentos;.
Rosa destacou que os desaparecimentos ainda ocorrem no Brasil e deu como exemplo o caso do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. ;Por isso, a Comissão Nacional da Verdade quer abrir também essa discussão, afinal foi criada exatamente para isso, para fazer um caminho entre uma situação de autoritarismo e uma situação de democracia. Por isso, temos que relacionar as torturas do passado com as do presente;.