Politica

PT evita votação de projetos que podem prejudicar campanha de Dilma

Partido lança ofensiva para evitar a votação de projetos que estouram as contas públicas

Paulo de Tarso Lyra
postado em 06/11/2013 06:00
Ideli se reúne com líderes do Senado, em mais uma das sucessivas reuniões com parlamentares: orçamento apertado deixa o Planalto ainda mais refém da própria base aliada no Congresso

O governo decidiu cercar o Congresso para evitar que um conjunto de propostas que aumenta os gastos públicos em torno de R$ 60 bilhões seja aprovado pelo Legislativo e corroa ainda mais a combalida saúde econômica do país - o que dificultaria a campanha da presidente Dilma Rousseff. Há dois dias, o Planalto conversa com os caciques do Congresso em busca de uma saída para o que os próprios palacianos batizaram de ;pauta do fim do mundo;. O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), vai propor um pacto da base pela responsabilidade fiscal e pedir socorro à oposição para que as coisas não degringolem de vez. ;Se aprovarmos tudo que está aqui, o Brasil amanhece quebrado em 31 de dezembro;, afirmou o parlamentar após reunião com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Os termos do que será oferecido aos aliados ainda serão discutidos.



Até Dilma resolveu agir diretamente na ofensiva. Na segunda-feira, durante encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Palácio da Alvorada, ela pediu para o Congresso evitar a aprovação de projetos que provoquem um deficit fiscal para o país. Ontem, durante almoço no Palácio do Planalto com líderes da Câmara para discutir a prorrogação dos incentivos fiscais para a Zona Franca de Manaus, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi enfático ao afirmar que o governo está se equilibrando para não tornar as coisas mais difíceis. ;Da nossa parte, as finanças estão equacionadas, mas precisamos da ajuda de vocês para que os gastos não aumentem;, pediu o ministro, segundo relato de líderes presentes no encontro.

Mantega afirmou que os países emergentes e a Europa começam a dar sinais de recuperação, o que pode aumentar as vendas brasileiras para o exterior. ;Mas não podemos nem pensar em dar mais desonerações ou incentivos internos. Não temos mais margem para isso;, disse. Ideli Salvatti comparou a situação fiscal do país com uma residência. ;Todas as famílias têm essa regra: só gastar aquilo que ganham. Os governos, mais do que ninguém, têm que cumprir essa regra.;

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