Quase 50 depois da deposição do presidente João Goulart pelo golpe militar de 1964, um capítulo da história brasileira será recontado. Na próxima quinta-feira, de volta à capital federal, Jango receberá as homenagens fúnebres como chefe de Estado que lhe foram sonegadas em 1976, após morrer, aos 57 anos, no exílio na Argentina. Enterrado às pressas na sua cidade natal ; São Borja (RS) ;, sem realização de autópsia e sob as vistas contrariadas de autoridades militares, o caixão de Jango será desenterrado na quarta-feira, e os restos mortais trazidos para Brasília. Serão recebidos com honras militares pela presidente Dilma Rousseff, na base aérea do Aeroporto Internacional de Brasília.
;É um momento histórico da maior importância. O procedimento investigativo é, de um lado, a busca da verdade pela família e pela nação. Do outro, é a realização de um ato de justiça, já que o único presidente que morreu no exílio não recebeu nenhuma homenagem especial;, afirma a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário. De acordo com ela, a orientação da presidente é a de preparar esse ato com respeito pleno à figura histórica de Jango.
Do Aeroporto de Brasília, os despojos vão para o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, para dar início aos trabalho que tentarão comprovar a causa da morte. A suspeita é de que o ataque cardíaco que vitimou Jango, conforme aponta o laudo oficial, foi provocado por uma ingestão de substância misturada criminosamente aos medicamentos que tomava em virtude de problemas cardíacos. Sua morte teria sido uma ação de agentes da Operação Condor, uma aliança político-militar entre os regimes militares ditatoriais do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia, que atuou na década de 80 e 90, para perseguir os opositores.
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