Politica

Exumação dos restos mortais do ex-presidente Jango será feita nesta quarta

Exames toxicológicos poderão apontar se Jango foi assassinado, em 1976

postado em 12/11/2013 12:16
Goulart faleceu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, na ArgentinaUma estrutura com pilares de aço e panos pretos foi instalada ao redor do jazigo onde está o ex-presidente João Goulart, nas primeiras horas desta terça-feira (12/11). No espaço, que fica no cemitério Jardim da Paz, em São Borja, município a 600 quilômetros de Porto Alegre, será realizada a exumação do corpo do político. Exames toxicológicos poderão apontar se ele foi assassinado.

Deposto pelo regime militar (1964-1985), Goulart faleceu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, na Argentina. Por imposição do regime militar brasileiro, ele foi sepultado em sua cidade natal, sem passar por uma autópsia. Desde então, existe a suspeita de que a morte de Jango pode ter sido articulada pelas ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Após os exames, que serão feitos em Brasília e em laboratórios internacionais, os despojos voltarão para São Borja em 6 de dezembro, data de morte do ex-presidente.



A exumação será coordenada pelo Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal e ocorrerá em duas etapas. A primeira é a análise antropológica, que detalhará informações sobre substâncias venenosas que eram usadas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e podem ter causado o envenenamento do ex-presidente. Nesse momento, serão reunidos dados médicos e pessoais do ex-presidente. Além disso, será feita a análise do DNA. A segunda etapa constará do exame toxicológico dos restos mortais de Goulart para confirmar se houve envenenamento.

[SAIBAMAIS]Parentes e amigos próximos do ex-presidente sustentam a tese de que a morte pode ter sido causada pela substituição de medicamentos rotineiros de Goulart, feita por agentes da repressão uruguaia. Investigações conduzidas pela Comissão Nacional da Verdade indicam que o ex-presidente foi uma das vítimas da Operação Condor, montada pelas ditaduras militares do Brasil, da Argentina e do Uruguai para perseguir opositores.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação