Paulo de Tarso Lyra
postado em 27/11/2013 06:02
A cúpula do PSDB acusou ontem o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) de ter falsificado um documento para envolver parlamentares do partido e secretários do governo de Geraldo Alckmin em uma suposta cobrança de propina paga por empresas acusadas de participarem da máfia dos trens de São Paulo. Os tucanos estranharam as versões de um mesmo documento ; a primeira em inglês e a segunda traduzida para o português. ;A menção aos parlamentares e secretários só aparece na tradução do documento entregue pelo ministro José Eduardo Cardozo à Polícia Federal. É a tradução estilo PT;, ironizou o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, um dos apontados pelo texto como beneficiário do esquema.[SAIBAMAIS]No documento original, encaminhado à Siemens na Alemanha, supostamente por Everton Rheinheimer ; que acertou um acordo de delação premiada com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ;, aparece, por exemplo, que ;o esquema de cartel não é privilégio do setor de transportes, mas também de empresas de energia e de saúde. E que as propinas eram pagas a autoridades brasileiras, inclusive as da CPTM (Metrô de São Paulo);. Já no mesmo trecho em português, o documento afirma que a Siemens vem subornando políticos (na sua maioria) do PSDB e diretores da CPTM, Metrô de São Paulo;.
Os textos foram entregues ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por Simão Pedro e serviram de base para as investigações solicitadas pelo ministro ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. Em entrevista, Daiello reconheceu que, quando julga necessária, a PF faz traduções de documentos, mas não soube explicar as versões divergentes. ;As investigações estão sob segredo de Justiça;, esquivou-se.
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