postado em 07/12/2013 09:58
No fim da tarde de ontem, em São Borja, no extremo-oeste do Rio Grande do Sul, foram enterrados os restos mortais do ex-presidente João Goulart, exumados há um mês, em mais um movimento para passar a limpo uma das páginas obscuras da história recente do Brasil. Conhecido como Jango, o político gaúcho foi deposto por um golpe militar e morreu em condições pouco claras, no exílio na Argentina, em 1976. As honras militares e a presença de autoridades políticas desde a chegada do caixão ao aeroporto municipal contrastam, e muito, com as condições do primeiro enterro, há 37 anos. Em 6 de dezembro de 1976, a população tomou as ruas da pequena cidade da fronteira com a Argentina e impediu que o veículo que transportava o caixão fosse a toda velocidade para a Igreja Matriz de São Francisco de Borja, como determinaram os militares. Do templo religioso, o corpo foi carregado pelo povo até o Cemitério Jardim da Paz, mais uma vez contrariando a ordem de que seguisse em carro fechado e sem homenagens.Para o enterro de ontem, que ocorreu após a perícia dos restos mortais de Jango em Brasília (leia Entenda o caso), o translado dos restos mortais de volta ao Rio Grande do Sul foi feito pela Força Aérea Brasileira. No Aeroporto de São Borja, o caixão foi coberto com a bandeira do Brasil e recebido pelo Exército com uma salva de tiros de fuzil. Da mesma aeronave, desembarcaram Maria Thereza, Denize e João Vicente Goulart, respectivamente viúva e filhos do ex-presidente. Também estavam no avião a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSol-AP). Os dois foram responsáveis pela iniciativa de anular a sessão do Congresso de 2 de abril de 1964, que declarou a vacância do cargo de presidente da República.
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