Paulo de Tarso Lyra
postado em 14/12/2013 08:00
A contragosto do Palácio do Planalto e dos estrategistas da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PT voltou ontem a dividir o debate sobre a renovação do partido com as homenagens aos petistas presos no processo do mensalão. Depois de constranger o governo ao exaltar os condenados diante de Dilma, que participava da abertura do evento na noite de quinta-feira, os militantes do partido fizeram ontem o ato oficial de desagravo ao ex-ministro José Dirceu, ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, ao ex-deputado José Genoino e ao deputado João Paulo Cunha, colocando-os como ;heróis da legenda;.
Com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à imprensa, os petistas voltaram a se colocar como injustiçados e vítimas de um processo político, mas em nenhum momento citaram que, dos 11 ministros do Supremo, oito foram nomeados por Dilma ou Luiz Inácio Lula da Silva. No ato, parentes dos três presos e o próprio Cunha foram saudados aos gritos de ;Dirceu, guerreiro do povo brasileiro;, seguidos com a mesma frase, mas com o nome dos outros. Cunha foi o mais enfático no discurso. Disse que ;alguns; querem afastar o tema das eleições, mas que é uma ;besteira;. ;Usaram em 2006, em 2008, em 2010, em 2012. Vão usar em 2014 e sempre. Mensalão virou como um produto na prateleira que, quando eles não tiverem mais nada para falar de nós, tiram da prateleira.;
A repetição do desagravo não agradou ao Planalto. O presidente do partido, Rui Falcão, tentou negar a saia justa. ;Não vi nenhum constrangimento na presidente. Ela estava contente, tirando fotos. Ela não me mostrou o discurso dela nem eu o meu;, disse Falcão, que citou o mensalão em sua fala e criticou o STF, formado hoje por maioria indicada pelos governos petistas. Já Dilma se limitou a listar conquistas do PT nos últimos anos e fez cara séria enquanto o colega falava sobre a Ação Penal 470.
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