Paulo de Tarso Lyra
postado em 29/12/2013 07:00
O ministério que a presidente Dilma Rousseff começa a definir em janeiro e que terá contornos finais após o carnaval, em março, será moldado nas necessidades eleitorais da candidata do PT à reeleição para o Planalto. E terá prazo de validade: nas conversas que a presidente tem tido com os partidos, eles sabem que os nomes escolhidos poderão ser trocados em 2015, dependendo do resultado das urnas e dos personagens que forem importantes na corrida eleitoral. ;Conforme o desempenho dos aliados e o peso dos partidos na composição do novo Congresso, poderemos ter um novo desenho ministerial no início do segundo mandato;, admitiu um aliado direto da presidente.
Dilma queria ter começado as definições dos nomes em dezembro e estender as substituições para, no máximo, janeiro. A escolha do novo cronograma tem a participação direta de dois personagens: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, pré-candidato do PT ao governo de Minas Gerais. O prazo máximo para a desincompatibilização é o fim de março, seis meses antes das eleições.
Na cabeça da presidente, trocar os nomes em dezembro e janeiro daria tempo suficiente para os novos ministros se ambientarem com a máquina e começar a produzir efetivamente logo após o carnaval. A tendência também era indicar secretários executivos, com uma ou outra pasta destinada a indicações políticas. Entretanto, mudou de ideia, influenciada por Lula.
O ex-presidente alertou que as indicações devem ser políticas, para agradar aos aliados e garantir os respectivos palanques. Além disso, seria arriscado escolher os nomes muito antes das convenções partidárias, marcadas para junho, quando acontecem as definições das alianças políticas. ;Dilma estaria entregando um espaço no governo antes de ter a certeza da contrapartida dos partidos;, ponderou um interlocutor palaciano, que compreende o raciocínio lulista.
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