postado em 24/01/2014 14:41
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) arquivou o inquérito civil que investigava o uso de helicópteros pelo governador Sérgio Cabral. A decisão foi tomada na última sexta-feira (17/1). O deputado estadual Paulo Ramos, do PSOL, que faz oposição ao governo, criticou a medida e sugeriu que pode haver ;cumplicidade; entre o chefe do Executivo e o Ministério Público.
Após avaliar planilhas de voos e requisições para uso das aeronaves, o Ministério Público estadual concluiu ;que o emprego do transporte aéreo [pelo governador] justificava-se, nas circunstâncias, por questões de segurança e de otimização de tempo;. Em nota divulgada nesta sexta-feira (24/1), o Ministério Público também aponta a existência de riscos, por causa do tráfico de drogas, e o fato de a agenda do governador ;atender ao interesse coletivo;.
O arquivamento do inquérito ainda será analisado pelo Conselho Superior do Ministério Público, mas, para Paulo Ramos, dificilmente será reaberto. ;Se fosse qualquer deslize cometido por servidor, o MP seria rigoroso, mas, como se trata do governador, é essa cumplicidade;, afirmou o deputado. Para Ramos, o fato de o chefe do Executivo nomear o procurador-geral, com base em uma lista tríplice, pode gerar uma relação de interesses entre os dois. ;Isso [lista tríplice] deveria acabar;, disse ele.
A investigação do MP foi aberta depois que a revista Veja revelou que Sérgio Cabral usava helicópteros para ir à casa de veraneio, no sul fluminense. A reportagem mostrou que usavam esse tipo de aeronave os filhos do governador, as babás e o cachorro de estimação. O governador também pegava as aeronaves para voos curtos, entre sua residência e a sede do governo, trecho de cerca de dez quilômetros.
Procurado, o Palácio Guanabara informou que o governador não vai comentar o arquivamento do inquérito, nem as críticas do deputado.