postado em 07/04/2014 19:48
A Justiça Federal no Paraná determinou nesta segunda-feira (7/4) que parte da investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, na qual o deputado federal André Vargas (PT-PR) é citado, seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada pelo juiz Sérgio Fernando Moro após constatar ;elementos probatórios; que apontam para relação entre Vargas e o doleiro Alberto Youssef. O deputado não é investigado na operação, mas diálogos e mensagens entre os dois foram encontrados durante as investigações.
Moro determinou também que a Polícia Federal reúna, em uma investigação separada das provas colhidas na operação, os fatos que envolvem Vargas e o doleiro para que a relação entre os dois seja analisada pelo Supremo. De acordo com o juiz, a Justiça Federal não tem competência para processar e julgar fatos envolvendo o deputado federal. A remessa ao STF deve ocorrer em dez dias.
[SAIBAMAIS];Revendo os autos, constato que entre os diversos fatos investigados foram colhidos, em verdadeiro fortuito de provas, elementos probatórios que apontam para relação entre Alberto Youssef e André Vargas, deputado federal. Prematura a afirmação de que tal relação teria natureza criminosa;, afirmou o juiz.
O deputado André Vargas, primeiro-vice-presidente da Câmara, pediu hoje (7/4) licença da Casa pelo prazo de 60 dias para tratamento de assuntos de interesse particular. Nesse período, ele ficará afastado tanto do cargo de deputado quanto do de vice-presidente da Câmara.
Também na tarde de hoje, o PSOL entrou com nova representação na Mesa. O partido vai, ainda, entrar com ação no Ministério Público para que o órgão investigue Vargas. O PSOL pede que sejam investigadas a utilização do avião particular por André Vargas, a relação entre ele e o doleiro e as condutas do deputado no âmbito do Ministério da Saúde.
A Operação Lava Jato foi desencadeada no dia 17 de fevereiro. A Polícia Federal cumpriu 24 mandados de prisão e 15 de condução coercitiva, além de 81 mandados de busca e apreensão em 17 cidades. Cerca de 400 policiais participaram da operação.
A organização criminosa contava com quatro grupos, que tinham à frente doleiros que lucravam com câmbio paralelo ilegal, mas também praticavam crimes como tráfico de drogas, exploração e comércio ilegal de diamantes e corrupção de agentes públicos.