Juliana Ferreira
postado em 14/04/2014 07:51
A volta do deputado André Vargas (PT-PR) à Câmara após a semana santa não preocupa o Conselho de Ética, que investiga as relações do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, suspeito de participação em um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras. Relator do caso que apura se Vargas cometeu quebra de decoro parlamentar, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou ontem que o fato de o petista ter desistido da licença de 60 dias não atrapalhará seu trabalho. Pelo contrário. Delgado disse que ;a presença dele pode até ajudar a comissão a ;elucidar pontos que ainda estão na névoa;.;Acho que ele está voltando para fazer sua defesa, e temos que respeitar isso. Nós vamos continuar nosso trabalho;, completou. O relator apresentará na próxima segunda-feira um parecer para votação de admissibilidade do processo, que só começará a tramitar se aprovado pelo conselho. ;Há indícios de quebra de decoro e elementos suficientes para sustentar a investigação.;
Delgado espera que a presença de Vargas na Câmara não iniba a discussão entre os parlamentares. ;Se estiver voltando para esclarecer, bom. Estou sendo muito cobrado a respeito de ir a fundo. Estou sentindo isso nas ruas depois de ter sido designado relator.; Ele pretende ler o relatório final antes da Copa do Mundo, quando fará a recomendação de uma punição, que pode ser uma advertência por escrito, a suspensão temporária do mandato ou a cassação. O deputado, que também foi relator na ação que cassou José Dirceu (PT-SP), diz que a principal mudança em relação a 2005 é a adoção da votação aberta. ;No caso do Dirceu, o voto era secreto. Tive que convencer os pares dos entendimentos. Agora, no plenário, o voto é aberto. Todos vão saber como cada um votou;, explicou.
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