postado em 07/05/2014 06:00
O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) é alvo de representação por quebra de decoro parlamentar devido à suposta participação no pagamento de pessoas que se passaram por caminhoneiros nas galerias do plenário da Câmara durante a votação do projeto de lei que amplia a jornada de trabalho da categoria. O documento é assinado pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT) e pelas federações de trabalhadores do ramo em São Paulo e no Paraná. O documento foi entregue ao corregedor da Casa, deputado Átila Lins (PSD-AM), e encaminhado à Mesa Diretora, para receber o juízo de admissibilidade por parte do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ambos já tinham prometido investigar o caso, flagrado pelo Correio na terça-feira da semana passada.
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Na ocasião, cerca de 30 pessoas seguiram ao gabinete de Marquezelli, no 9; andar do Anexo IV, onde foram orientadas a subir para o 10; pavimento, onde não há escritórios parlamentares. No local, uma fila se formou e duas mulheres com crachá da Câmara distribuíam notas de R$ 20 e de R$ 50. A movimentação foi gravada pelo Correio. Caso a Mesa autorize a investigação, essas imagens e as gravações do circuito interno da Câmara serão utilizadas para identificar os responsáveis por comprar o apoio de manifestantes. O próprio Marquezelli pediu, ontem, a abertura de investigação sobre o episódio. Na quinta-feira, ele declarou que o dinheiro seria destinado ao pagamento de lanche para o grupo.
;Vamos dar uma atenção especial à apuração desse caso. Essa ação pecuniária nas nossas dependências é nociva à democracia;, afirmou Átila Lins. ;Com certeza, o presidente (Henrique Eduardo Aves) encaminhará essa admissibilidade para a corregedoria apurar. Vamos investigar com todo o rigor e com a maior velocidade possível, até para que possamos fazer as correções devidas;, completou Lins.
Apuração rígida
As entidades de classe promoveram uma espécie de ato para a entrega do documento, do qual participaram também o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), que cobram apuração rígida dos fatos. Depois de citado, Marquezelli terá prazo de cinco dias para apresentar à Corregedoria a defesa escrita.
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