postado em 13/05/2014 08:10
Mais de US$ 2,7 milhões teriam passado por uma conta secreta na Suíça em supostos pagamentos de propinas da multinacional francesa Alstom, indicou a Justiça do país. O dinheiro teria sido usado para garantir, em 1998, um contrato da área de energia elétrica de São Paulo durante a gestão Mário Covas (PSDB). O Tribunal Penal Federal da Suíça divulgou nessa segunda-feira (12/5) os dados da movimentação bancária completa, que serão enviados à Justiça Brasileira, que apura o crime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.<--[if gte mso 9]>
[SAIBAMAIS]Caso Alstom - Relembre
O Ministério Público Federal (MPF) afirma que a multinacional francesa protagonizou um esquema criminoso de pagamento de propinas a integrantes do governo paulista, no final dos anos 1990, com o objetivo de obter contratos do setor de energia, na gestão Covas. O contrato, assinado pela Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE) com a Alstom e mais três empresas, previa o fornecimento de equipamentos para a construção e ampliação de três estações de energia, num valor atualizado de R$ 181,3 milhões. A Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo MPF e tornou réus 11 de 12 pessoas:
Corrupção passiva
Celso Sebastião Cerchiari
Ex-diretor da EPTE e atual diretor de Operações da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
José Sidnei Colombo Martini
Ex-presidente da EPTE e ex-prefeito da Cidade Universitária
Participação no esquema: de acordo com a denúncia teriam recebido R$ 4 milhões em propina para garantir a contratação do consórcio da Alstom sem licitação
Corrupção ativa e lavagem de dinheiro
Thierry Charles Lopez de Arias
Ex-diretor financeiro da Alstom
Jonio Kaham Folgel
Ex-diretor superintendente da Cegetec
Cláudio Luiz Petrechen Mendes
Lobista
Sabino Indelicato
Empresário, ex-secretário municipal na gestão Robson Marinho na Prefeitura de São José dos Campos
Jean Pierre Charles Antoine Courtadon (Andros)
Representante da Cegetec e presidente da CGEE Alstom
Participação no esquema: pagamento de R$ 23,3 milhões a consultoras fictícias e offshores que eram responsáveis por repassar a propina para agentes públicos
Lavagem de dinheiro
Daniel Maurice Elie Huet
Ex-diretor de Marketing da Alstom
José Geraldo Villas Boas
Ex-presidente da Cesp nos anos 1980 e proprietário da ENV Consultoria
Romeu Pinto Junior
Lobista
Jorge Fagali Neto
Lobista e ex-secretário dos Transportes (durante o governo Fleury)
Participação no esquema: simularam consultorias e fizeram a propina chegar aos destinatários finais. Jorge Fagaly teria ainda ocultado valores de corrupção cometida contra a administração pública