Naira Trindade
postado em 20/05/2014 16:53
Suspeita de ser usada para protelar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, a sessão solene que homenageava os 90 anos da Coluna Luiz Carlos Prestes acabou em confusão na Câmara dos Deputados.
Era perto de 14h quando o secretário-geral da Mesa Diretora, Mozart Vianna, avisou ao presidente em exercício da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PP-PE) que precisava encerrar a sessão solene a tempo de iniciar a sessão ordinária - que regimentalmente precisa ser iniciada até as 14h. Se a sessão começasse depois das 14h, seria extraordinária e não contaria para a abertura da CPMI e já havia quórum no plenário (mais de 51 deputados) para iniciá-la.
A pedido do PSDB e do DEM, Mozart Vianna avisou ao presidente que se cumprisse o regimento e começasse a sessão ordinária. A partir da leitura do requerimento de informação, os partidos têm até cinco sessões ordinárias da Câmara para indicar seus representantes na CMPI da Petrobras. A sessão de hoje é a quinta, ou seja, última para a indicação dos nomes.
Porém, a deputada Alice Portugal (PCdoB- BA) se sentiu ofendida por não ter concluído seu pronunciamento e, aos gritos, acusou o secretário da Mesa de ;fazer pressão; para encerrar a sessão solene e começar a ordinária. Mozart revidou que apenas cumprira o regimento. Mas a deputada repetia que havia sido escolhida pelo povo, que tinha mais de 100 mil votos.
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que presenciou o barraco, defendeu o secretário da Mesa e acusou a situação de tentar manobrar politicamente para empurrar a abertura da CPMI da Petrobras para a semana que vem. Após a abertura da sessão ordinária, que acabou sendo acontecendo, os líderes têm até meia-noite para nomear seus representantes.