Politica

Pedido de vista interrompe abertura de processo contra Luiz Argôlo

Termina hoje o prazo para o deputado André Vargas apresentar a defesa em relação ao processo que pode cassar o mandato parlamentar

Naira Trindade
postado em 28/05/2014 16:30
Um pedido de vista do deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) interrompeu a discussão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara que analisava o parecer preliminar do relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), sobre a abertura do segundo processo de investigação contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA). O parecer atende à representação do PSol. Outro processo - requerido pelo PPS- contra Argôlo tramita na Casa.

Argôlo é o segundo parlamentar da Câmara acusado de manter relações com o doleiro preso Alberto Youssef, na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Além dele, André Vargas (sem partido-PR) é acusado de manter laços estreitos com o doleiro. ;Há indícios de materialidade e autoria;, afirmou o relator ao ler o parecer sobre a admissibilidade. Rogério se baseou em denúncias de reportagens que revelam trocas de mensagens telefônicas trocadas entre o doleiro e o deputado sobre a transferência de R$ 120 mil para a conta do chefe de gabinete dele do parlamentar, Vanilton Bezerra.

Advogado de Argôlo, Aluísio Corrêa Régis alegou ainda desconhecer as investigações. ;O deputado é inocente dessa fofoca que está na imprensa e juiz de primeiro grau não pode quebrar o sigilo do deputado. Não tivemos acesso aos inquéritos, soubemos pela imprensa que o processo foi remetido ao STF (Supremo Tribunal Federal). E em respeito à Câmara dos Deputados, só vamos nos pronunciar quando tivermos acesso às investigações;, afirmou o advogado, que frisou que Luiz Argôlo não vai renunciar ao mandato de parlamentar.
Fim do prazo

Termina hoje o prazo para o deputado André Vargas apresentar a defesa em relação ao processo que pode cassar o mandato parlamentar. Se não apresentar a defesa dentro do prazo, um parlamentar da Casa poderá responder pelo deputado. Convidado, o deputado Eurico Júnior (PV-RJ) disse que aceita fazer a defesa.

Numa artimanha para acabar de vez com o processo que investiga Vargas na Câmara, o PT pede o mandato dele na Justiça. Caso Vargas perda o mandato, não será mais investigado pelo Conselho de Ética e finalmente deixará de sangrar a legenda. O Tribunal Superior Eleitoral ainda não se pronunciou sobre o pedido petista.

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