Politica

Dilma sobre discurso na abertura: esse não é momento de discursos políticos

Presidente não deve anunciar a abertura do Mundial hoje, no Itaquerão, para evitar que as vaias ouvidas em Brasília, na Copa das Confederações, em 2013, se repitam em São Paulo

Paulo de Tarso Lyra
postado em 12/06/2014 06:04
Dilma esteve ontem em Salvador, uma das 12 cidades sedes da Copa, para participar de eventos na capital baiana: agenda intensa antes do Mundial

A presidente Dilma Rousseff deve levar ao pé da letra o bordão ;treino é treino, jogo é jogo;, dito no pronunciamento em cadeia de rádio e televisão na noite de terça-feira, e estuda manter o silêncio hoje, durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo. O Correio apurou que, apesar de alguns ministros mais próximos acharem que ela poderia dizer ao menos ;estão abertos os jogos no Brasil;, como presidente anfitriã, a petista avalia que talvez seja melhor deixar os holofotes concentrados apenas na Seleção Brasileira. Ontem, a presidente esteve em Salvador, uma das cidades sedes do Mundial, para inaugurar um trecho do metrô da capital baiana.

Dois fatores pesam para o provável silêncio presidencial. Em junho do ano passado, na abertura da Copa das Confederações, Dilma foi constrangida por vaias ao ser anunciada e ter a imagem exposta nos telões do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Naquela época, a presidente tinha uma condição mais confortável nas pesquisas de intenção de voto e na avaliação de governo, com patamares de aprovação na casa dos 60%. Um ano depois, às vésperas de uma disputa eleitoral que se desenha mais dura do que no ano passado, Dilma depara-se com um cenário praticamente consolidado de segundo turno e uma aprovação pessoal pouco abaixo dos 40%.

Ao círculo mais próximo, Dilma afirmou que esse não é momento de discursos políticos, mas de a população se aproximar dos jogadores da Seleção. Apesar de a Copa ser no Brasil e de os atletas estarem concentrados desde o fim de maio na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), Dilma jamais cogitou visitar o local. Quis, segundo interlocutores do governo, evitar que as pessoas a acusassem de ;querer aparecer mais do que a Seleção;.

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