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Testemunhas de André Vargas não comparecem a Conselho de Ética da Câmara

O relator do processo contra Vargas, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que todos foram avisados há duas semanas

postado em 18/06/2014 13:19
O colegiado apura o envolvimento de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef

Nenhuma das oito testemunhas convidadas pelo Conselho de Ética da Câmara para prestar depoimento sobre o caso do deputado André Vargas (PT-PR) compareceu à reunião marcada para a manhã desta quarta-feira (18/6). O colegiado apura o envolvimento do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef.

Eram esperados o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha ; suspeito de intermediar as negociações com o laboratório Labogen ;, Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, donos do laboratório, e Bernardo Tosto, proprietário da aeronave usada por Vargas e fretada por Youssef. Entre os petistas, estavam presentes o presidente do PT, Rui Falcão, e os deputados Vicentinho (PT-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).

O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP), lamentou o descumprimento do acordo firmado com o PT para que os depoimentos não fossem feitos na semana passada. Representantes do partido garantiram que, se a reunião fosse marcada para hoje, a presença dos petistas estaria assegurada.

O relator do processo contra Vargas, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que todos foram avisados há duas semanas. Apesar disso, apenas Carlos Gadelha e Bernardo Tosto informaram que não poderiam comparecer.



;Mesmo se não tem ninguém, estamos cumprindo os prazos. Esta reunião está valendo e depois de dois convites podemos dispensar a oitiva dessas testemunhas;, explicou o relator. Pelas regras do Conselho de Ética, Delgado tem até o dia 24 de julho para concluir o parecer, a data corresponde a 40 dias úteis posteriores à apresentação da defesa de Vargas à Câmara.

O relator quer que a votação no colegiado ocorra até o dia 17 de julho, na semana em que inicia o recesso legislativo. ;O silêncio diz muita coisa. Seria bom que eles dissessem algo antes do recesso, senão a contaminaçao eleitoral será contra eles;, avaliou o parlamentar. ;O não comparecimento reforça e ajuda o nosso relatório. Comparecer seria ótimo para elucidar alguma coisa;, completou.

Em uma carta enviada ao Conselho de Ética, Bernardo Tosto solicitou o envio das perguntas para que pudesse respondê-las por escrito. Delgado disse que enviará as perguntas até a próxima semana e informou que fará novos convites para que os depoimentos sejam prestados no dia 25 de julho.

O advogado de André Vargas pediu que os novos convites sejam feitos por notificação. ;Os convites poderiam ser feitos em forma de notificação, que não tem caráter coercitivo de intimação, mas enseja, ao menos, a necessidade de resposta;, explicou Michel Saliba.

O doleiro Alberto Youssef deve ser o último a ser ouvido pelo Conselho de Ética. Preso em Curitiba pela Polícia Federal, Youssef terá que ser ouvido em uma videoconferência que está marcada para as 10h do dia 1; de julho. Youssef também é testemunha de Vargas, que indicou ainda um deputado estadual do Paraná e mais seis pessoas do estado.

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