Politica

Lula e Dilma negam atritos e insistem na Copa como cabo eleitoral

Na convenção petista que confirmou Dilma Rousseff candidata ao Planalto, Lula e a presidente negam atritos e tentam capitalizar as primeiras semanas do Mundial, sem registros de problemas graves e com poucas manifestações

Paulo de Tarso Lyra
postado em 22/06/2014 06:00
Depois de evitarem o assunto Copa na esteira dos protestos de junho, Dilma e Lula defendem a qualidade dos estádios

A convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), que oficializou a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, na manhã de ontem, em Brasília, uniu o discurso de ;criador e criatura; para capitalizar eleitoralmente o sucesso da Copa do Mundo. Após duas semanas de competição sem registro de grandes problemas, Dilma, que havia esfriado o discurso pró-Copa antes do início do Mundial em razão das ameaças de greves e manifestações, criticou os descontentes, reforçou a estratégia do ;nós contra eles; e exaltou o êxito da infraestrutura brasileira para receber a competição.

O mote do Brasil provedor de um grande evento embrulhou a tese de que Dilma representa a única candidatura capaz de ampliar as mudanças em curso no país. ;A Copa está dando uma goleada descomunal nos pessimistas, naqueles que diziam que ela não ocorreria. Antes de tudo, vamos amar nosso país, nossa camiseta verde e amarela, nossa seleção, e não vamos deixar jamais o ódio ganhar;, discursou a presidente para delírio dos mais de 800 delegados petistas que compunham a plateia.



O discurso enfadonho e extremamente didático da presidente, que fez muitos militantes irem embora, ganhou um tom mais emotivo no fim. Sem citar o episódio em que foi xingada durante a abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, a petista reagiu mais uma vez. ;Recolhamos as pedras que lançam contra nós e vamos transformar essas pedras em tijolos para fazer o Minha Casa, Minha Vida. Vamos recolher os xingamentos, impropérios, grosserias e transformar em versos e canções de esperança sobre o futuro do nosso país. Com a força do povo, vamos vencer de novo;, afirmou.

Antes de Dilma, o ex-presidente Lula, ovacionado pela militância petista, fez questão de ressaltar o seu protagonismo no processo eleitoral. Ao se referir à presidente como criatura, acabou, mesmo sem querer, reforçando a tese de que é capaz de eleger uma candidata sem luz própria. ;A gente vai provar que é possível uma presidenta e um ex-presidente terminarem seu mandato sem que haja nenhum atrito entre os dois, numa demonstração de que é plenamente possível o criador e a criatura viverem juntos em harmonia;, discursou.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação