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Deputados dão golpe com férias de servidores e geram prejuízo de R$1 milhão

O novo esquema nos gabinetes tem três estágios principais. Primeiro, os servidores públicos recebem aumento de salário em até 1.300%. Depois, são demitidos com os benefícios superfaturados. Por último, voltam para a Câmara, recontratados pelos parlamentares



Lotada no gabinete do deputado Alberto Filho (PMDB-MA), a servidora Áurea Helena Oliveira Matos viu o salário passar de R$ 2.220 para R$ 10.190 em agosto do ano passado. Dois dias após o reajuste de 359%, Áurea foi demitida. Vencido o tempo legal para a recontratação, Áurea voltou para o mesmo gabinete, novamente com salário de R$ 2.220. Lá, outras duas pessoas tiveram aumento, saíram e também retornaram após três meses. Em um dos casos, o reajuste foi de 712%, de R$ 1.470 para R$ 12.940. Em conversa com o Correio, na segunda-feira da semana passada, Áurea justificou a rápida saída do gabinete para ;fazer uma cirurgia;. No mesmo dia, o chefe de gabinete, Jaime Ferreira Lopes, confirmou se tratar de um ;acordo; para garantir aos servidores uma indenização na demissão porque funcionários comissionados ;não têm direito a indenizações trabalhistas;. Jaime prometeu ainda colocar a reportagem em contato com o deputado, mas não atendeu mais às ligações do Correio.

Regras
Ao ser exonerado, o servidor tem direito a receber a indenização referente às férias não gozadas, além de um terço de férias, tudo em cima do maior salário. Se no contracheque a remuneração é de R$ 12.940 e o servidor tem dois meses de férias acumuladas, ele recebe R$ 25.880, mais um terço de férias de R$ 4.313, chegando a um total de R$ 30 mil. Acordado com o parlamentar, três meses depois, o servidor é novamente contratado e retorna para as atividades normalmente.

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