Jornal Correio Braziliense

Politica

Ministro pede votação urgente de regra para organizações da sociedade civil

Gilberto Carvalho disse esperar que o Congresso Nacional retome o debate tão logo os parlamentares retornem do recesso, em julho



Para o ministro, tanto o marco regulatório quanto o decreto presidencial que, recentemente, instituiu a Política Nacional de Participação Social são de interesse da sociedade e dizem respeito a um mesmo fenômeno: as formas de participação direta dos cidadãos na gestão pública.

O decreto presidencial que instituiu a política nacional com o objetivo anunciado de fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias institucionais de diálogo entre Estado e sociedade civil foi muito criticado por partidos de oposição ao governo federal, como o DEM, segundo o qual a iniciativa contraria a Constituição Federal e as prerrogativas do Congresso. O decreto estabelece que os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta considerem as instâncias e os mecanismos de participação social ao formular, executar, monitorar e a avaliar programas e políticas públicas.

;Fomos surpreendidos com a repercussão do decreto, que nada mais é que a legitimação daquilo que já existe;, disse Carvalho, comparando as críticas ao decreto às dirigidas, no início da década de 80, à implementação do orçamento participativo pela prefeitura de Porto Alegre), na época administrada pelo PT. ;Achavam que a Câmara Municipal ia perder sua função; que, com as pessoas se reunindo [para apontar os investimentos prioritários], os vereadores perderiam suas bases. Depois, o orçamento participativo foi revelando que um Poder Legislativo ativo e inteligente convive com formas de participação que acabam por alimentar ainda mais a atividade legislativa.;

Segundo Carvalho, a Política Nacional de Participação Social nada mais faz do que institucionalizar a crescente participação da sociedade civil brasileira nos governos. ;A participação social não pode mais ficar restrita às tradicionais formas presenciais em assembleias, conferências e conselhos. Estamos no limiar de um novo momento, no qual novas formas de participação estão surgindo."

O ministro acrescentou que daí vem o interesse do governo em dialogar com o Congresso. "Estamos sugerindo que, em vez de simplesmente rejeitar a proposta, o Congresso faça audiências públicas para colhermos sugestões da sociedade.;