postado em 25/06/2014 15:01
O PSD formalizou nesta quarta-feira (25/6), em sua primeira convenção nacional, o apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer (PMDB). A aliança foi aprovada por mais de 94% dos 114 votos de convencionais, durante encontro que ocorreu no auditório da Câmara dos Deputados, em Brasília. Um dos mais novos partidos do país, o PSD tem pouco mais de dois anos de criação,
Mantendo o discurso em defesa por uma campanha eleitoral pacífica, adotado em resposta às críticas de partidos de oposição, Dilma agradeceu o apoio e destacou uma série de motivos para ;se alegrar; com a aliança. ;Fico feliz de ter ao meu lado um partido que é uma das mais promissoras novidades da política, pela sobriedade, moderação e disposição construtiva, um partido que coloca e busca ampliar consensos, produzir entendimento e buscar novas soluções no momento em que alguns pregam apenas o ódio e confronto;, afirmou.
Acompanhada pelos ministros Ricardo Berzoini, de Relações Institucionais, Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, e Afif Domingos, da Micro e Pequena Empresa, que é membro do partido, a presidenta defendeu uma das principais bandeiras do PSD, voltadas para os pequenos empreendedores que ainda estão na informalidade. ;Formalizar é garantir uma cidadania que até agora não tiveram. Esses pequenos batalhadores representam 90% de todas as empresas do país, e é bom dizer que são as que mais empregam, por isso, nossa obrigação é descomplicar o nascimento e crescimento desses batalhadores que vão conquistar posições para enfrentar o desafio de sobreviver;, afirmou Dilma.
Segundo a presidenta, os micro e pequenos empresários brasileiros estão entre os mais prejudicados pela burocracia no país. ;Por isso, foi a partir deles que começamos a construir o processo de desburocratização. Começa aí, mas tem que se estender para todas as esferas da sociedade;, disse ela. Dilma destacou ainda os resultados do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e a necessidade de mais investimentos em educação como forma de assegurar a ascensão de classes econômicas e avançar em novas áreas de conhecimento e formação de profissionais.
O presidente nacional do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, lembrou que este é o primeiro apoio oficializado pela legenda e, ao ler o Manifesto à Nação Brasileira, destacou pontos comuns entre o governo Dilma e as propostas do PSD.
;Há dois programas que o PSD [em que] está alinhado [com o governo], que são o MEI [Microempreendedor Individual] e o Pronatec, que é uma iniciativa inclusiva que qualifica o trabalhador e insere jovens no mercado de trabalho com o primeiro emprego.;
Kassab alertou que é preciso ampliar investimentos em educação e saúde e disse que o PSD vai buscar sempre consenso para construir propostas ao lado do governo. ;Somos parceiros da presidenta na ascensão de classes, no estímulo ao trabalho, na conquista de moradias. Não nos intimidamos com o tamanho dos obstáculos. Somos aliados e batalharemos juntos pelo Brasil que projetamos e que construíremos juntos. Pelo Brasil, com o Brasil, e lado a lado de todos os brasileiros;, completou.
Emocionada, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, que falou pelos prefeitos do partido, elogiou o atual governo e afirmou que, desde Lula, a cidade conseguiu solucionar problemas como o da enchente de 2011, que inundou inúmeras casas no bairro de Vila Virgínia. ;Muitos [governantes] começam [a ajudar], mas poucos terminam;, afirmou.
Dárcy destacou também que o PSD foi o primeiro partido a divulgar publicamente o apoio à reeleição de Dilma. ;É um partido jovem, que tem dois anos, mas maduro o suficiente para saber que time que está ganhando temos que continuar ajudando;, afirmou, ao destacar que Kassab sofreu forte pressão dentro e fora do partido para que mudasse a aliança.
Durante a convenção, uma enfermeira que estava na plateia apelou à presidenta para ajudar na aprovação do projeto que regulamenta a jornada de 30 horas semanais para profissionais da área. ;Dilma, nós apoiamos você. Apoie-nos;, pediu a enfermeira, que não foi identificada. O projeto já foi aprovado no Senado e nas comissões da Câmara, mas ainda não foi incluído na pauta de votação do plenário da Casa.
Apesar do resultado da votação nacional, nos estados, o apoio à Dilma não é consenso. As alianças estaduais estão sendo definidas independentemente. Kassab minimizou divergências, mas lamentou a falta de uma regra que uniformize o posicionamento das legendas. ;Infelizmente, no Brasil, não temos uma legislação partidária que verticalize as decisões. Sou a favor da verticalização. Não tendo [a verticalização], as circunstâncias locais prevalecem em relação à circunstância nacional para todos os partidos;, disse ele.
São Paulo é um dos exemplos de indefinição. Kassab defende uma candidatura própria do PSD na capital paulista e confirmou hoje que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles declarou a intenção de concorrer ao cargo de governador.
Segundo Kassab, a decisão só será tomada na convenção estadual, marcada para o próximo dia 30. Na legenda, há linhas que defendem apoio ao PSDB ou ao PMDB em São Paulo. Otimista, o ex-prefeito disse que o PSD deve reforçar sua bancada no Congresso a partir do próximo ano, com eleição de 50 deputados federais.