Naira Trindade
postado em 02/07/2014 06:30
No ano repleto de feriados, com Copa do Mundo e eleições - eventos que têm servido de pretexto para a baixa produtividade do Congresso -, os parlamentares institucionalizaram de vez a gazeta em 2014. De olho na disputa eleitoral de outubro, eles definiram nessa terça-feira (1/7) o calendário de votações para as atividades legislativas. Após o recesso branco, entre 17 de julho e 1; de agosto, os parlamentares voltarão a se encontrar apenas quatro vezes até a disputa nas urnas. O ;esforço concentrado; terá duas sessões plenárias em 5 e 6 e agosto e outro par em 2 e 3 de setembro. No Senado, estão previstas oito sessões nos 90 dias que antecedem as eleições.
A definição se haverá votações na semana que vem está nas mãos do técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari. Se o Brasil vencer o jogo de sexta-feira em Fortaleza, contra a Colômbia, no Estádio Castelão, válido pelas quartas de final da Copa do Mundo, e passar para a próxima fase do Mundial, vai jogar novamente em plena terça-feira, dia de votações na Câmara dos Deputados. ;Aí, não precisa esperar ninguém para votar nada;, brinca um congressista ontem no plenário.
A morosidade no Congresso é criticada por especialistas em finanças públicas. ;A produtividade vai ser medíocre este ano com a junção de todos esses eventos (Copa do Mundo, convenções partidárias, festas juninas e feriados). Isso vai fazer com que seja um dos piores anos legislativos que tivemos em muito tempo;, afirma o fundador da ONG Contas Abertas, o economista Gil Castello Branco.
Na contramão da improdutividade, estão os altos gastos dos parlamentares. O Congresso Nacional tem R$ 24.788.609,28 autorizados para gastar por dia nas duas Casas. A verba disponível para o ano inteiro na Câmara e no Senado chega a R$ 8.824744.907. ;O lamentável é que as despesas continuam iguais, vamos continuar pagando por isso. O custo é muito caro para uma produtividade tão reduzida. Está tudo errado no Congresso. Quem tenta a reeleição não deveria nem continuar no mandato;, defende Castello Branco.
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