postado em 04/07/2014 07:10
Após 230 dias preso, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pôde sair da cadeia para trabalhar. O petista deixou o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), por volta das 7h30 de ontem e, antes das 8h, já havia chegado ao Setor Bancário Sul para dar expediente no escritório de advocacia de José Gerardo Grossi. A efetivação da atividade externa põe fim a quase oito meses de espera pela concessão do benefício.
Vestindo paletó sem gravata, Dirceu aparentava estar mais magro e usava o cabelo um pouco mais curto do que quando foi preso, em 15 de novembro do ano passado. O ex-ministro não conversou com a imprensa, por precisar de autorização judicial para tal, mas, segundo o novo patrão, estava ;alegre e bem disposto;. ;É natural a excitação de uma pessoa que ficou tanto tempo presa e se vê livre. Você já abriu a porta da gaiola de um passarinho? Quando sai, ele canta;, comparou José Gerardo Grossi.
O expediente de Dirceu será das 8h às 18h, com direito a duas horas de almoço, durante as quais ele poderá se afastar até 100 metros do local de trabalho. ;Aqui perto, há vários restaurantes. No próprio prédio tem alguns. Às vezes, descemos para comer, mas também é possível pedir comida e almoçar aqui no escritório mesmo;, disse Grossi.
Dirceu receberá R$ 2,1 mil mensais e será responsável pela organização da biblioteca do escritório, além da condução de tarefas administrativas. O salário é bem menor do que os R$ 20 mil oferecidos para ser gerente administrativo no Hotel Saint Peter, em Brasília, logo após ser preso. Ele desistiu quando foi revelado que o empreendimento tem como sócia uma empresa aberta no Panamá em nome de um laranja.
Os dias trabalhados contarão para a remissão da pena de sete anos e 11 meses de prisão, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no mensalão. Hoje, entretanto, não haverá atividades na empresa porque os funcionários serão liberados para assistirem ao jogo Brasil x Colômbia, válido pelas quartas de final da Copa do Mundo.
O translado entre o CPP e o Setor Bancário foi feito em um utilitário esportivo preto, de propriedade da empresa de Dirceu, a JD Assessoria e Consultoria. O mensaleiro aproveitou a viagem para fazer uma série de ligações ao celular. Segundo Grossi, o ex-ministro chegou ao local acompanhado de uma advogada que trabalha com José Luis Oliveira Lima, responsável pela defesa do petista no STF, e com um homem de nome Simas, ;que trabalha com ele (Dirceu);.
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Apesar do aparato da JD Assessoria, Grossi garante que o ex-ministro não tocará qualquer atividade paralela durante a estadia. ;Aos poucos, ele vai entrando na rotina normal do escritório;, frisou o advogado, acrescentando que a Vara de Execuções Penais (VEP) permitiu que apenas familiares visitem Dirceu durante o expediente.
Depois de o ex-ministro deixar o CPP ontem, outros três condenados no mensalão saíram da unidade para retomar o trabalho externo. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e os ex-deputados Valdemar Costa Neto e Bispo Rodrigues voltaram às atividades que exerciam antes de o benefício ser suspenso pelo ministro Joaquim Barbosa, do STF.
Colaborou Julia Chaib
Vestindo paletó sem gravata, Dirceu aparentava estar mais magro e usava o cabelo um pouco mais curto do que quando foi preso, em 15 de novembro do ano passado. O ex-ministro não conversou com a imprensa, por precisar de autorização judicial para tal, mas, segundo o novo patrão, estava ;alegre e bem disposto;. ;É natural a excitação de uma pessoa que ficou tanto tempo presa e se vê livre. Você já abriu a porta da gaiola de um passarinho? Quando sai, ele canta;, comparou José Gerardo Grossi.
O expediente de Dirceu será das 8h às 18h, com direito a duas horas de almoço, durante as quais ele poderá se afastar até 100 metros do local de trabalho. ;Aqui perto, há vários restaurantes. No próprio prédio tem alguns. Às vezes, descemos para comer, mas também é possível pedir comida e almoçar aqui no escritório mesmo;, disse Grossi.
Dirceu receberá R$ 2,1 mil mensais e será responsável pela organização da biblioteca do escritório, além da condução de tarefas administrativas. O salário é bem menor do que os R$ 20 mil oferecidos para ser gerente administrativo no Hotel Saint Peter, em Brasília, logo após ser preso. Ele desistiu quando foi revelado que o empreendimento tem como sócia uma empresa aberta no Panamá em nome de um laranja.
Os dias trabalhados contarão para a remissão da pena de sete anos e 11 meses de prisão, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no mensalão. Hoje, entretanto, não haverá atividades na empresa porque os funcionários serão liberados para assistirem ao jogo Brasil x Colômbia, válido pelas quartas de final da Copa do Mundo.
O translado entre o CPP e o Setor Bancário foi feito em um utilitário esportivo preto, de propriedade da empresa de Dirceu, a JD Assessoria e Consultoria. O mensaleiro aproveitou a viagem para fazer uma série de ligações ao celular. Segundo Grossi, o ex-ministro chegou ao local acompanhado de uma advogada que trabalha com José Luis Oliveira Lima, responsável pela defesa do petista no STF, e com um homem de nome Simas, ;que trabalha com ele (Dirceu);.
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Apesar do aparato da JD Assessoria, Grossi garante que o ex-ministro não tocará qualquer atividade paralela durante a estadia. ;Aos poucos, ele vai entrando na rotina normal do escritório;, frisou o advogado, acrescentando que a Vara de Execuções Penais (VEP) permitiu que apenas familiares visitem Dirceu durante o expediente.
Depois de o ex-ministro deixar o CPP ontem, outros três condenados no mensalão saíram da unidade para retomar o trabalho externo. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e os ex-deputados Valdemar Costa Neto e Bispo Rodrigues voltaram às atividades que exerciam antes de o benefício ser suspenso pelo ministro Joaquim Barbosa, do STF.
Colaborou Julia Chaib