postado em 10/07/2014 18:00

"A luta contra o crime não pode recorrer a meios ilegais e criminosos", avaliou a presidente Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (10/7), em entrevista à CNN. A candidata petista à reeleição disse que a ação policial é um dos principais problemas do Brasil.
"As ações da polícia obdecem à Constituição e à lei", ressaltou a presidente, após ser questionada sobre o comportamento violento das forças de segurança durante as manifestações antes da Copa do Mundo. Dilma também apontou a necessidade de mudança no sistema carcerário brasileiro. "Esse é um dos principais problemas da nossa agenda. Precisamos resolver a situação desumana dos presídios."
Mesmo com as críticas, a presidente fez questão de elogiar a atuação da Polícia Federal no combate à corrupção. Para Dilma, sua administração mostrou "tolerância zero" com a corrupção. Ela fez questão de ressaltar que 90% dos casos foram resolvidos após inquéritos da PF.
Espionagem
Dilma também respondeu sobre as recentes denúncias de espionagem envolvendo o governo americano. Apesar de condenar o comportamento ianque, a presidente não atacou a atual administração. "Eu não acredito que a responsabilidade seja do governo Obama. É uma coisa que vem sendo feita por debaixo dos panos desde os episódios do 11 de setembro. Naquele momento, decidimos acabar com os planos (de visitar o país, compromisso cancelado após as denúncias), mas isso não significa que rompemos com o Obama", explicou.
No entanto, a presidente mandou sinais de insatisfação ao goveno norte-americano. "Queremos a garantia de que isso não vai continuar e, também, de que não vai se repetir".
Política social
Ao falar sobre o desenvolvimento do Brasil, Dilma enalteceu os investimentos em políticas sociais, principal bandeira da gestão petista. "Nosso crescimento está ligado a investimentos que começaram lá em 2008 e que, a despeito da crise mundial, geraram empregos". A presidente também mencionou que 42 milhões de pessoas entraram para a classe média.
Entretanto, Dilma analisou que essa nova classe econômica, agora, exige mais do Estado, em cobranças que envolvem saúde e educação de qualidade.
Sobre a educação, Dilma disse que o Brasil precisa entrar em um novo ciclo, capaz de aumentar o acesso ao ensino e melhorar a capacitação da população que vai entrar no mercado de trabalho.
Tortura
Dilma também respondeu sobre a tortura e o período da ditadura militar. "Fui presa nos anos 1970. É uma experiência que te mostra a importância de resistir. Você não pode deixar a tortura entrar na sua vida, moldar a sua visão de mundo. A tortura me fez viver a vida de forma mais intensa."