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CPMI da Petrobras aprova quebras de sigilo de Youssef e de ex-diretor

Foram aprovadas quebras dos sigilos bancário, telefônico, fiscal e email do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa

Após quatro tentativas em vão, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras finalmente conseguiu atingir o quórum mínimo de 17 parlamentares para aprovar um pacote de 54 requerimentos. Entre os pedidos está a quebra de sigilos bancários, telefônicos, fiscal e de e-mail do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, além da convocações do juiz federal Sérgio Moro, do Paraná, responsável pelo processo de investigação, e de parentes do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, suspeito de desviar cerca de R$ 10 bilhões.

Este foi o quinto encontro da comissão, que tenta aprovar os 396 requerimentos em pauta. Antes da votação, os parlamentares se reuniram para fechar um acordo com parte dos pedidos. Para o relator Marco Maia (PT-RS), manter o foco nas investigações vai facilitar o trabalho da comissão. ;Caso contrário, abriríamos a investigação de tal forma que seria impossível trabalhar;, disse.

Parte dos sigilos pedidos pelos parlamentares já está acessível aos deputados no documento enviado pelo Supremo Tribunal Federal. A reunião da CPMI foi encerrada logo após a votação dos requerimentos e não há prazo para analisar os documentos, uma vez que os parlamentares entram em recesso branco amanhã.


A estratégia de votação foi acertada em meia hora de reunião a portas fechadas entre o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o relator e os líderes partidários antes do início dos trabalhos. Os parlamentares chegaram a um consenso para votar uma pauta proposta por Maia.

Outros 342 requerimentos ficaram para ser analisados posteriormente. Alguns parlamentares quiseram votar outros textos, mas acabaram voltando atrás. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) tinha pedido a inclusão de novos requerimentos, mas aceitou votar em outra reunião.

Ponta do iceberg

O deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) criticou a não inclusão da convocação de outros dirigentes da estatal na lista do relator. ;Youssef é uma pontinha do iceberg. Se vamos resolver só com o Youssef, e os doleiros e as mulheres do Youssef, isso não vai resolver;, reclamou. Segundo ele, ir atrás do doleiro e suas ligações é buscar apenas as consequências dos desvios de recursos na Petrobras.

Para o líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PE), não devem ser aprovados requerimentos além do estabelecido no acordo. ;O ideal é que pudéssemos ser fieis ao que definimos na reunião. Isso faz com que a gente possa avançar.;

Com informações da Agência Câmara