postado em 26/07/2014 08:00
Os três principais candidatos na disputa eleitoral pela Presidência da República intensificaram as articulações com movimentos sociais, setores da juventude, ONGs e representantes de minorias neste início de campanha eleitoral. Ontem, foi a vez do senador tucano Aécio Neves (MG). Ele visitou o centro cultural do Afroreggae, na favela de Vigário Geral, no Rio de Janeiro. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) conheceu o local há um mês. Na terça-feira, o comitê de campanha da presidente Dilma Rousseff se reúne com integrantes do Instituto Sou da Paz para debater propostas voltadas à área de segurança pública. No fim de agosto, a petista deve se encontrar com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
O secretário nacional de Reforma Agrária da Contag, Zenildo Pereira, afirmou que debaterá uma pauta ampla de reivindicações com todos os candidatos. ;Nesse início de campanha, ainda não tivemos uma reunião para que eles assumissem compromissos em relação ao assentamentos de famílias. Vamos sentar com os principais candidatos. É papel nosso. Estamos no início de articulação;, afirmou.
O secretário de Educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, reconhece a boa vontade dos presidenciáveis, no entanto, cobra um posicionamento mais claro em relação à defesa dos homossexuais. ;Queremos o debate e vamos cobrar um posicionamento dos candidatos. São necessárias ações mais fortes, mais contundentes. Já entramos em contato com as coligações. Há segmentos específicos dentro dos partidos para tratar a questão;, explicou. De acordo com Reis, os encontros estão sendo marcados e devem ocorrer até o fim de agosto. ;Estamos procurando as formações dos partidos e queremos conversar para que fiquem claras as ideias dos presidenciáveis;, atestou.
Integrante do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Universidade de Brasília (UnB), Nelson Inocêncio declara que a questão racial está na pauta oficial, mas ressalva que, tomando a campanha eleitoral neste exato momento, os três principais candidatos precisam elaborar um discurso com mais propriedade. ;Em linhas gerais, o problema é que parece que os candidatos não dão importância ao eleitorado negro. E é uma parcela muito expressiva. A população autodeclarada negra no Brasil chega a mais de 50%.; O professor defende a valorização do voto negro. ;Parece-me que, até o momento, as assessorias dos candidatos não tenham se dado conta de que é importante valorizar o voto negro. Essa demanda tem que partir também dos movimentos sociais. É importante sensibilizar a comunidade negra para valorização do voto;, comentou.
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