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Em cena inusitada de campanha, Suplicy carrega Padilha nos ombros

Episódio ocorreu em Carapicuíba (SP). Padilha atacou adversários e defendeu expulsão de petista da legenda



O candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, protagonizou uma das cenas mais pitorescas da campanha eleitoral até agora. Durante uma caminhada em Carapicuíba, na periferia da capital paulista, na noite desta quarta-feira (30/07), Padilha recebeu uma inusitada ajuda do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), candidato à reeleição. Ante a multidão que cercava Padilha, que discursava sem palanque, o parlamentar de 73 anos não teve dúvidas: colocou o ex-ministro da Saúde sobre os ombros.

A cena durou alguns poucos instantes, o bastante para Suplicy mostrar que, apesar da idade avançada, ainda está em boa forma. Pelo Twitter, Padilha comentou o episódio. "Achei que era brincadeira do @esuplicy, mas ele mostrou que continua com a saúde de um boxeador! Kkkkkk". "@esuplicy" é uma referênia à conta do senador no microblog.

A caminhada de campanha foi marcada por posicionamentos e frases fortes de Padilha, que defendeu abertamente a expulsão de Luiz Moura do PT. O deputado estadual foi flagrado em reunião com integrantes de uma facção criminosa que atua dentro e fora de presídios brasileiros, sobretudo em São Paulo. O candidato também distribuiu farpas contra os dois principais candidatos, Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Skaf (PMDB).

Depois de dizer que o PT aprimorou formas de "apurar a punir" a corrupção, Padilha atacou o PSDB que, segundo ele, "dá prêmio" a corruptos. A acusação é uma referência ao tucano Robson Marinho, suspeito de envolvimento nas denúncias de cartel do Metrô de São Paulo. Marinho, ex-secretário do governador tucano Mário Covas, foi alçado ao posto de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ele se diz inocente das acusações.

"Não admito que desdenhem do PT", disse Padilha, alfinetando Paulo Skaf. O concorrente do PMDB publicou vídeo na última segunda-feira (25/07) se dizendo adversário do PT e do PSDB, e desdenhando da aliança com o PT - na qual ele deveria pedir votos para Dilma Rousseff.

Já Moura está suspenso do partido há um mês, e deverá ter a situação definida até a sexta-feira, quando será finalizado o processo disciplinar ao qual ele responde no PT. O deputado estadual é suspeito de ter participado de um esquema de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa. Em março, foi flagrado pela Polícia Civil durante uma reunião na qual estariam presentes pessoas suspeitas de integrarem o grupo.