postado em 04/08/2014 12:33
Mesmo depois de anunciar o fim da fase de depoimentos do processo envolvendo o deputado federal André Vargas (sem partido-PR), o relator do processo no Conselho de Ética, deputado Júlio Delgado (PSB-MG) poderá, em uma nova tentativa, ouvir testemunhas e o próprio acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.O deputado era esperado para depoimento na semana passada, mas não compareceu e divulgou no Twitter que o relator já havia emitido sua opinião sobre o caso sem lhe dar direito de defesa. De acordo com assessores do Conselho de Ética, o deputado poderia comparecer à reunião marcada para as 11h de hoje, mas não apareceu. Procurado pela Agência Brasil, Vargas respondeu, no entanto, que não recebeu qualquer convocação. ;Nem estou sabendo;, respondeu por mensagem de texto por telefone.
Os assessores do Conselho de Ética informaram, em resposta, que o parlamentar foi informado sobre a nova possibilidade de depor por e-mails enviados ao próprio deputado e aos seus advogados. De acordo com o colegiado, Vargas ainda terá uma ;nova oportunidade; para depor no início da tarde de hoje, na sessão marcada para as 14h.
Vargas é investigado por intermediar as negociações de um contrato entre um laboratório e o Ministério da Saúde para fornecimento de remédios. A empresa, chamada Labogen, seria um laboratório de fachada de Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, de combate à lavagem de dinheiro.
[SAIBAMAIS]
O Conselho de Ética ainda marcou outra reunião para amanhã (5). A expectativa do colegiado é ouvir, no início da tarde, o chefe de gabinete de Vargas, Vanilton Bezerra, que já confirmou presença, além do sócio do Labogen, Leonardo Meirelles, e o comerciante de gado, Júlio Gonçalves de Lima Filho.
Delgado deve apresentar seu parecer sobre o caso esta semana, mas para a votação ocorrer ainda no período de esforço concentrado da Casa, o relatório deve ser entregue até quarta-feira (6). Não há mais possibilidade de apresentação de novos documentos, mas André Vargas tem o direito de voltar a depor a qualquer momento, até a votação final no Conselho de Ética.
O deputado nega as acusações. O caso criou desconforto no PT, legenda na qual Vargas militou por 24 anos. Em abril, depois da divulgação das denúncias, foi o próprio deputado que anunciou sua desfiliação do partido.