Naira Trindade
postado em 05/08/2014 17:44
Pela primeira vez em que se defendeu no Conselho de Ética da Câmara, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) resolveu atacar o relator Júlio Delgado (PSB-MG) acusando-o de ter faltado com a ;isenção; na elaboração do relatório que pode pedir a cassação de Vargas pelo envolvimento com o doleiro preso pela Polícia Federal Alberto Youssef. Vargas disse se sentir ;linchado;, ;ofendido; e ;humilhado; pelo Conselho de Ética e alegou não ter tido oportunidade de se defender. Delgado afirmou ter convidado o deputado pelo menos cinco vezes, mas não obteve retorno sequer se compareceria.
Na tentativa de se manter no mandato, ontem, a defesa de Vargas protocolou no Conselho de Ética um pedido de suspeição, que pede o afastamento do relator do caso. O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), abriu o microfone para discussões e afirmou que vai decidir sobre a suspeição após o debate com os parlamentares. Para Delgado, ;não há sequer uma vírgula indique que houve suspeição no processo;.
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Vargas defendeu-se que ;todos os depoimentos prestados corroboraram que não houve tráfico de influência, improbidade administrativa, peculato, nem mesmo o pagamento do avião ao doleiro Alberto Youssef;, disse o ex-vice-presidente da Câmara. ;As provas feitas até agora são feitas pela relatoria. Esses 30 dias de instrução estão viciados pela falta de acesso aos documentos;, criticou Vargas. Há duas semanas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, concedeu a Vargas o acesso ao processo.
Neste momento, os deputados colocam suas opiniões em relação ao pedido de afastamento do relator Júlio Delgado. Caso seja iniciada a ordem do dia no plenário Nereu Ramos, a discussão e votação no Conselho de Ética precisa ser interrompida imediatamente.