postado em 15/08/2014 09:43
A pedido da viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, os corpos de todos os ocupantes do avião que caiu em Santos, na última quarta-feira, serão liberados ao mesmo tempo. Os restos mortais das quatro vítimas pernambucanas - Eduardo Campos, Carlos Augusto Ramos Leal Filho, Alexandre Severo Gomes e Silva e Marcelo de Oliveira Lyra - seguirão juntos até o Recife. O governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), afirmou que o traslado dos corpos deverá ser feito em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). ;Dilma me falou por telefone, colocando à disposição todos os serviços que podem ser feitos pelo governo federal, inclusive os aviões da FAB;, disse.[SAIBAMAIS]Cinquenta pessoas estão trabalhando diuturnamente no IML de São Paulo para agilizar o processo de liberação dos restos mortais - 34 desses são peritos. Ontem à noite, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), confirmou que o material genético de parentes das sete vítimas já se encontrava no IML de São Paulo para ajudar no reconhecimento dos restos mortais.
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;Só vamos saber precisamente no sábado pela manhã se foi completado todo o trabalho e dizer o horário que deve haver a liberação. Se tiver completado, no começo da noite estaria tudo liberado;, comentou Alckmin.
O último que faltava era do piloto Geraldo Magela, mas um avião com um perito foi enviado ontem para a cidade mineira de Governador Valadares para fazer a coleta de material genético de parentes de primeiro grau do piloto. Em entrevista concedida em frente ao IML, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) disse que, no caso de Eduardo Campos, não há necessidade de envio de amostra de sangue ou saliva de familiares para São Paulo. O IML do Recife pode processar esse material e enviar apenas as informações genéticas para São Paulo, onde está sendo conduzido o trabalho de identificação.
Saiba mais
A identificação dos corpos
70cm é o tamanho das partes do corpo em que deve ser realizado exame de DNA, segundo protocolo da Interpol
48 horas é o prazo para que os corpos comecem a ser liberados
2 perfis genéticos devem ser confrontados. Um retirado das vítimas, outro de amostras de familiares
99,99% é o índice que deve ser atingido entre perfis de DNA para que seja considerado identificado
De onde são coletadas as amostras (vítimas) - por ordem de facilidade de manipulação
1 - músculo
2 - sangue intracardíaco
3 - osso
4 - dente
5 - cabelo
*Coleta depende de disponibilidade e condição da amostra e passa pelo procedimento a seguir, a partir do passo 3
Perfil genético - Passo a passo
1) COLETA
Retira-se amostra da mucosa bucal, por raspagem, com um ;suabe;
2) ARMAZENAMENTO
A amostra é colocada num papel tipo FTA, que mantém a amostra em temperatura ambiente
3) EXTRAÇÃO
Amostra recebe soluções baseadas em resina magnética e passa por três equipamentos (centrífuga, termomix e estante magnética) para quebra do núcleo das células.
4) QUANTIFICAÇÃO
Solução é colocada num equipamento conhecido como ;PCR em tempo real;, que avalia a quantidade de DNA na amostra e se é suficiente para o procedimento pretendido
5) AMPLIFICAÇÃO
Solução é colocado em solução ;Multiplex;, num termociclador, uma máquina que vai aumentando e diminuindo a temperatura para provocar a multiplicação do código de uma região específica do DNA
6) GENOTIPAGEM
Um sequenciador identifica e decodifica o código já multiplicado e traça um perfil genético, uma espécie de mapa, único para cada pessoa
7) COMPARAÇÃO
Com perfil da vítima e da família, verifica-se se há coincidência. Carregamos 50% do código genético de nosso pai e 50% de nossa mãe. Verifica-se, nesse caso, se metade de cada ;mapa; avaliado corresponde a um nível de 99,99% para atestar a identificação.