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Conheça as demais vítimas do acidente que matou Eduardo Campos

Além do candidato, outras seis pessoas estavam a bordo da aeronave que caiu em Santos

Carlos Percol
Quatro meses após o casamento, a inacreditável perda. Há apenas 10 dias, a jornalista Cecília Ramos havia pedido licença do Diario de Pernambuco, onde trabalhava, e se mudado para São Paulo a fim de se dedicar à campanha presidencial de Eduardo Campos, na esperança de ficar mais próxima de seu marido, o assessor de imprensa Carlos Percol. Por volta das 15h30 desta quinta-feira, a jovem viúva chegou à residência da família de Eduardo Campos, talvez o local mais procurado do Recife nas últimas 24 horas. Acompanhada da cunhada, Ana Braga, Cecília aceitou conversar com a imprensa, que está acampada na porta da casa, cuja entrada está restrita a familiares e amigos próximos.

Alternando momentos de choro e serenidade, Cecília falou sobre o marido, que sempre acompanhava o candidato em viagens. ;Ele estava no melhor momento da vida dele. Não me importava de perder o Percol para o Eduardo, pois ele amava seu trabalho e morreu fazendo o que gostava;, disse a jornalista, bastante emocionada. Na última conversa entre os recém-casados, na madrugada anterior ao acidente, Percol revelou estar muito contente com a jornada eleitoral e jamais se queixou de cansaço, ;como se eles não fossem humanos, como se a missão fosse essa mesmo;, detalhou.

Explicação lógica para tamanha tragédia pode não existir e a tristeza pode demorar a passar, mas Cecília encontra conforto na certeza de que o que permanecerá serão as boas lembranças. ;Eu só queria que ele soubesse que ele foi a melhor coisa do mundo. Transformava o que era difícil e ruim em lição, aprendizado;, concluiu docemente.

Geraldo Magela

Enquanto os peritos do Instituto Médico-Legal (IML) concluem a identificação das vítimas, a família do piloto mineiro Geraldo Magela Barbosa da Cunha vive a expectativa pelo enterro. Magelinha, como era chamado, tinha 45 anos e trabalhava há três meses na campanha de Eduardo Campos. ;Não temos ideia ainda de quando (o corpo) será liberado. Não adianta ficar ansiosa. Tem que agarrar em Deus;, afirma Odete da Cunha, mãe do profissional. Ele deixa a mulher, Joseline Vieira Amaral da Cunha, 32, grávida de sete meses, e o filho João, de 3. Joseline, que estava nos Estados Unidos, desembarca hoje em Belo Horizonte para ajudar na liberação dos restos mortais.

No apartamento do piloto em Santa Luzia, a emprega doméstica da família, ainda chocada, prefere o silêncio. O zelador do prédio, Antônio Dário Alves, conta que Magelinha era muito cordial, sempre sorridente e conversador. ;Há algum tempo, ele me contou que estava carregando um presidente;, lembra. O carro do piloto está parado na garagem. Dentro do automóvel, um avião de brinquedo do filho, que agora virou triste lembrança do pai.

Pedro Almeida Valadares Neto, 48 anos, assessor político

; Advogado e eleito deputado federal três vezes por Sergipe, Pedrinho Valadares era casado com a promotora de Justiça do Maranhão Simone Valadares e tinha três filhos. Filiado ao PV, era um dos coordenadores da campanha de Campos no Nordeste e considerado um dos homens de confiança do ex-governador de Pernambuco.



Marcelo de Oliveira Lyra, 37 anos, cinegrafista

; Fotógrafo e cinegrafista profissional desde 2000, Lyra morava no Recife, era casado e tinha dois filhos, entre eles, um recém-nascido. Fundador da agência Olhonu, registrou desde cenas do sertão pernambucano e ensaios de moda até propagandas de televisão. Nascido em Olinda, seu hobby era andar de skate.




Marcos Martins, 42 anos, piloto

; O piloto era natural de Castelo Branco (PR) e vivia em São Paulo. Exercia a profissão há 15 anos. Cresceu em Maringá, onde começou a carreira após ingressar no aeroclube de Londrina. A trajetória profissional o levou a pilotar voos internacionais para os EUA e a África. Era casado com Flávia Vargas Martins, 32, e deixou dois filhos.