Repetiu a frase cinco vezes e, sem querer, resumiu o sentimento de um estado inteiro. O ;não pode ser verdade; está silenciosamente no inconsciente de cada pernambucano. E é assim, sem acreditar , que Pernambuco sepulta hoje à tarde o homem público que parecia indestrutível pelo vigor físico, político e intelectual. Virou mito no carbureto, aos 49 anos, ao ter a trajetória interrompida de maneira estúpida.
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Hoje, quando Eduardo for enterrado, às 17h, no Cemitério de Santo Amaro, ao lado do túmulo do avô Miguel Arraes de Alencar, desenterra-se, para todo mundo ver, a carência de jovens líderes políticos do Brasil. Contraditoriamente, o homem que encarnava o discurso do coletivo como única alternativa para a construção de políticas públicas expôs, com sua morte, o centralismo cultivado ao longo dos anos. Sai de cena e o sentimento de orfandade inunda todas as instâncias do PSB. É como se não houvesse outra opção. Atordoados, os seguidores do pessebista não sabem mais como caminhar. Sentem falta do Eduardo que levantava a mão para apontar a direção. Por isso, eles também morreram um pouco.