postado em 23/08/2014 07:04
Encurralado por nova fase da Operação Lava-Jato, que ontem cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em empresas ligadas a ele, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa negocia delação premiada com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. A expectativa dos investigadores é que o engenheiro revele mais do que disse na CPI da Petrobras no Senado em junho, quando basicamente negou envolvimento com a organização criminosa. Já congressistas temem que o depoimento de Costa cause estragos pela possibilidade de revelar ramificações políticas em ações dele na Petrobras.
Preso desde 11 de junho, Paulo Roberto Costa deu ontem o primeiro passo para a delação premiada ; recurso pelo qual o réu fornece informações para a Justiça em troca de uma pena menor. Ele trocou de advogado. Agora é Beatriz Catta Preta, especialista em delação premiada, que o defende. Ela esteve ontem em Curitiba, onde Costa está preso. Em entrevista a um portal da internet, Beatriz disse que as tratativas com o MP e a PF ainda não começaram e que ainda está ;tomando pé do processo;. Para conseguir o acordo, o réu precisa convencer os investigadores de que tem informações importantes para colaborar com a apuração do suposto crime. A delação premiada necessita de autorização da Justiça.
Costa é acusado de participar de esquema de lavagem de dinheiro, junto ao doleiro Alberto Youssef. Foi preso pela primeira vez em 20 de março, três dias depois de a Lava-Jato ser deflagrada. Depois de 59 dias, deixou a prisão por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 11 de junho, voltou a ser preso depois de autoridades da Suíça informarem à Justiça brasileira que ele tem contas com US$ 23 milhões no país. Ele é acusado de ter superfaturado contratos da refinaria e receber suborno. Também responde por ocultação de provas.
O engenheiro foi diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012. Ele chegou à diretoria da empresa pela mãos do ex-líder do PP na Câmara e ex-réu do mensalão petista José Janene (PR), morto em 2010 por complicações decorrentes de problemas cardíacos. Em 2006, quando o PP começou a perder diversos cargos no Executivo Federal e o PT pressionava para que a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) assumisse o Ministério das Cidades, Paulo Roberto bateu às portas do Senado e pediu acolhida ao PMDB.
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