Jornal Correio Braziliense

Politica

'Democracia é coisa do passado', diz o candidato Rui Costa Pimenta

Em entrevista, o presidenciável afirma ser favorável ao armamento da população e criação de milícias para combater a criminalidade



[SAIBAMAIS]O modelo de democracia, segundo o candidato, ;é coisa do passado;. ;Como sistema, a atual democracia, impulsionada pela burguesia, é uma coisa totalmente falida;, explicou. O representante do PCO na disputa pela Presidência polemizou ao debater a questão da segurança pública. Ele defende um modelo em que será possível legalizar o armamento das pessoas e a criação de milícias populares, composta por associações sociais e moradores. ;A diferença é que as [milícias] do Rio de Janeiro surgem dentro do aparelho do estado. As que proponho são feitas pela população;.

O discurso do candidato foi finalizado apoiando que as pessoas têm o direito de se armarem para se defender. ;É um direito democrático que nós sempre defendemos. (...) A polícia é uma burocracia estatal. Nesse sentido, ela atende às necessidades do Estado e por isso é facilmente corruptível;, criticou.

Perfil

Presidente Nacional do PCO e editor do jornal Causa Operária, o jornalista paulista Rui Costa Pimenta, 57 anos, disputa o cargo de presidente da República pelo Partido da Causa Operária (PCO) pela quarta vez. O bancário Ricardo Machado concorre como vice-presidente da chapa. O partido não fez coligação com nenhuma legenda. Ele começou a vida política com a militância estudantil contra a ditadura militar. Depois desse período, Rui Costa Pimenta entrou na luta sindical e começou a trilhar o caminho da política partidária. Ele participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, mas divergências com a direção da sigla o levaram a romper com o PT, em 1992. Em 1995, Pimenta encabeçou a criação do PCO. Pela legenda, ele se candidatou a vereador, em 1996, deputado federal, em 1998, e prefeito de São Paulo, em 2000.

Programa de governo

A defesa principal do candidato é ;um programa revolucionário e socialista em oposição a todos os demais candidatos e seus programas burgueses e de defesa do capitalismo, lançando candidatos que sejam a expressão da luta do povo, em particular da luta operária, às eleições em todos os níveis e em todos os lugares;. O lema da campanha é a defesa da ;Revolução, do Governo Operário e do Socialismo;. A proposta de salário mínimo de R$ 3,5 mil, a jornada máxima de trabalho de 35 horas semanais, a isenção de pagamento de todos os serviços públicos para os desempregados, um imposto único sobre o capital e as grandes fortunas, o fim da repressão aos sem-terra e a expropriação do latifúndio estão entre as prioridades.