postado em 28/08/2014 14:31
Em um esforço para consolidar os laços com setores tradicionalmente ligados ao Partido dos Trabalhadores e evitar a migração de votos, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o ato de apoio à reeleição da Conferência Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) hoje (28/08) para criticar os principais adversários, sem citar nominalmente nenhum deles. A presidente disse que a campanha está sendo baseada em mentiras e desinformações, fez comparações positivas dos governos PT em relação ao período de Fernando Henrique Cardoso (FHC) -- em referência a Aécio Neves (PSDB) -- e alfinetou a declaração da candidata do PSB, Marina Silva, de que se eleita governará com os "melhores". A presidente também defendeu a manutenção de uma política de valorização do salário mínimo.Na avaliação da presidente, a campanha estará baseada na "mentira, como eles fizeram na Copa". "Eles continuam fazendo esse processo. Falam, falam, falam, mostram o péssimo porque aposta ;quanto pior, melhor; para poder ter alternativa. Porque se o quanto pior ocorre, eles acham que saem ganhando. Sai perdendo o Brasil e eles também não ganham, mas eles postam nisso", justificou.
[SAIBAMAIS]
A tentativa dela é de angariar os militantes para que defendam as conquistar do governo. Um dos motes que a presidente também usou foi o discurso de reforço ao aumento da renda para tentar rebater críticas à inflação. "O salário mínimo aumentou 12,4% acima da inflação no meu governo e isso permitiu que milhões de brasileiros tivessem acesso a uma vida melhor. Eles falam que a inflação aumentou por causa do salário. Isso é mentira. A inflação está caindo e no último mês chegou a perto de zero", emendou.
Em outra frente de ataques, a presidente disse que só os que fizeram sabem o quanto, onde e como falta fazer, além de quais as melhores parcerias. "Porque essa história de que você acha os bons ou melhores sem aferição não está certa, não. Como vou fazer uma política de agricultura familiar com quem não defende a agricultura familiar. A pessoa pode ser ótima, mas se não tem nenhum compromisso com a agricultura familiar, ela não fará. Não é uma questão da pessoa ser boa ou ruim, mas de compromisso", finalizou. Recentemente, Marina Silva disse que governaria com os melhores.
Logo no início do discurso, ao cumprimentar os ministros, a presidente começou a atirar contra os concorrentes ao Palácio do Planalto. Ela disse que tem adversário que quer cortar o número de ministérios, "porque eles acham que o Ministério do Desenvolvimento Agrário não tem nada diferente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)". "Essa é a posição deles e não a nossa. Nós sabemos que foi o crescimento, a parceria e o diálogo com os agricultores familiares e sem terra que fez evoluir a nossa política", disse.
A presidente estava cercada dos ministros Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; de Miguel Rosetto, do Desenvolvimento Agrário; de Eleonora Menicucci, da Secretaria de Política para as Mulheres; de Arthur Chioro, da Saúde; e de Aloizio Mercadante, da Casa Civil, além do secretário executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas.