Jornal Correio Braziliense

Politica

Eleitores de localidades pobres demonstram desconfiaça nos políticos

As regiões viram ponto de romaria em época de campanha e são esquecidas logo após o fim da disputa nas urnas

Onde asfalto, rede de esgoto, ônibus e segurança não chegam, sobram santinhos, faixas fincadas no chão, carros de som e visita de políticos. Às vésperas das eleições, bairros pobres se transformam em verdadeiros pontos de romaria de candidatos em busca de votos. O Sol Nascente, apontado como a maior favela do Brasil, localizada a 35km do Palácio do Planalto, em Ceilândia, é exemplo. Lugar onde Marina Silva (PSB), ainda ao lado de Eduardo Campos, deu a largada na campanha. E que deve entrar na agenda de outros presidenciáveis. Por lá, também já passaram os três principais concorrentes ao governo do Distrito Federal, além de aspirantes a deputado e a senador. Entre os eleitores, um misto de desinteresse, desconfiança e até raiva. ;Gente que nunca apareceu por aqui, agora vem querer abraçar, botar criança no colo, tirar foto. Eu não acredito. Depois que eles ganham, nunca mais voltam;, reclama Thays Sthefany Silva Sousa. O sentimento da piauiense de 20 anos, que mora e trabalha vendendo verduras no Sol Nascente, repete-se em locais carentes visitados pelo Correio em São Paulo, em Minas Gerais, em Goiás e em Pernambuco. Não importam a região, faixa etária e experiência com as urnas, o sentimento da população é o mesmo: todos são vítimas do oportunismo eleitoral que só aproxima os políticos da pobreza em período de campanha.



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