Paulo de Tarso Lyra
postado em 04/09/2014 06:02
O embate entre representantes do movimento LGBT e evangélicos no último fim de semana, que provocou mudanças no programa de governo de Marina Silva (PSB) e trouxe para o olho do furacão do debate os candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), está longe de ser uma exceção. A um mês das eleições presidenciais, será cada vez maior a pressão dos grupos sociais e econômicos para tentar emplacar teses e propostas nos programas de governo dos postulantes ao Palácio do Planalto. Sindicatos, empresários, religiosos e sociedade civil organizada vão se engalfinhar em um terreno que, nem sempre, deixa espaço para outros ocupantes.
O ex-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis (ABLGBT) Toni Reis disse que o trabalho dos simpatizantes do setor é defender as teses durante os 365 dias do ano em todos os partidos políticos. Ele garante que as legendas com postulantes ao Planalto têm núcleos LGBT. ;Até no PSC, o mais homofóbico de todos;, completou. ;É claro que, nesta reta final de campanha, precisamos ter um empenho redobrado para emplacar nossa pauta;, reconheceu ele.
Toni acrescentou que, se fosse para olhar apenas as reivindicações dos homossexuais, seria fácil pregar o voto em Luciana Genro (PSol). ;Mas eu não sou só gay. Nós temos que ver o candidato que atenda nossas bandeiras e, também, tenha propostas para a educação, saúde e economia;, disse ele, eleitor de Dilma Rousseff e que comemorou as palavras da presidente a favor da criminalização da homofobia. ;Tiramos a presidente do armário;, brincou.
Um dos principais expoentes da bancada evangélica na Câmara, Ronaldo Fonseca (PR-DF) afirmou que os religiosos vão defender propostas que valorizem as bandeiras que eles defendem, mais tradicionais e voltadas a um público mais conservador. Ele considera naturais os embates entre a comunidade gay e o pastor Silas Malafaia no último fim de semana. ;Isso será cada vez mais frequente neste momento.;
Fonseca não vê a prevalência de algum candidato sobre o outro, embora Marina seja evangélica. ;Sabemos que apanhamos muito do PT. Eles sabem que pisaram na bola conosco. Mas, agora, durante as eleições, o discurso de todos os candidatos passa a ser o mesmo;, comparou ele.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .