Jacqueline Saraiva
postado em 04/09/2014 09:03
O candidato José Maria Eymael, que disputa pela quarta vez a Presidência da República pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) reafirmou ser contrário ao projeto de lei que criminaliza a homofobia, ressaltando que é um tema sensível e que precisa ter sua definição revista. Na manhã desta quinta-feira (4/9), ele é o sétimo candidato a falar em uma série de entrevistas com os presidenciáveis à rádio CBN.
[SAIBAMAIS]Eymael destacou que é necessário fazer cumprir a Constituição, resgatando os valores éticos da família, a principal bandeira de defesa do partido. O candidato reforçou a proposta de redução no número de pastas no governo federal, mas ressaltando a necessidade de implementar o Ministério da Família. ;Esse ministério já existe hoje em países como a Alemanha, Canadá, Portugal. (...) É caracterizado por dois pilares: para ser formador de políticas públicas e uma conscientização da população do que é educar;, explicou.
Ao ressaltar que o partido não tem viés religioso, o presidenciável afirma que o debate sobre a homofobia precisa de uma postura mais equilibrada. ;Não se constrói uma sociedade dessa maneira. Sou contra o projeto que criminaliza a homofobia e sou contra porque falta uma melhor definição do que é a homofobia hoje;. O candidato também se defendeu da crítica de que seria um político conservador pela posição sobre o tema. ;Não sou um conservador. É difícil chamar de conservador alguém que enfrentou a ditadura militar. (...) Falta [no projeto de lei] uma definição melhor;.
Questionado sobre os riscos da exploração do pré-sal, Eymael afirmou que a riqueza é um patrimônio que o país tem e que tem que ser usufruído, mas que é necessário uma reavaliação de como o processo é feito. Também se colocou contra a privatização da Petrobras e afirmou que a estatal vive hoje reflexos de erros de gestão. ;A Petrobras é patrimônio dos brasileiros e que hoje está sendo agredida pela má gestão. (...) Tem que ter um nível de eficiência, de qualidade;.
O candidato finalizou a entrevista defendendo melhores políticas para a Previdência Social. Disse ser a favor de uma reforma tributária que reduza e simplifique os impostos. Em relação ao fator previdenciário, medida que reduz o benefício da aposentadoria no caso de quem se aposenta mais jovem, ele destacou que o instrumento é ;uma grande agressão aos aposentados;. ;Você tem que ter um processo de transição de tudo isso. O grande desafio que temos hoje é fazer o país crescer. Com o país crescendo você tem uma contribuição maior;, defendeu.
Perfil
Fundador do PSDC, José Maria Eymael é advogado, nasceu em Porto Alegre e tem 74 anos. Já concorreu ao cargo de presidente em 1998, 2006 e 2010. O presidente da legenda em Roraima, Roberto Lopes, é o candidato a vice. O PSDC não está coligado a nenhuma legenda. Sua trajetória política começou na capital gaúcha, onde foi um dos líderes da Juventude Operária Católica. Em 1962, filiou-se ao Partido Democrata Cristão (PDC) e atuou como líder jovem do partido. Como parlamentar federal, Eymael defendeu a manutenção da palavra Deus no preâmbulo da atual Constituição Federal durante a Assembleia Constituinte, considerado um marco em sua trajetória política.
Programa de governo
O PSDC tem 27 diretrizes em seu programa de governo, em referência ao número da legenda. Entre elas, cumprir e fazer cumprir a Constituição, resgatar e proteger os valores éticos da família, simplificar a política tributária e reduzir a carga dos impostos. O candidato propõe um programa de saúde pública com foco na prevenção e defende a prática de um ensino inclusivo, que abarque as crianças e jovens portadores de necessidades especiais. A ;obsessão pelo desenvolvimento; e uma política externa vinculada às grandes economias mundiais, também são bandeiras do partido na disputa pela Presidência da República.