Politica

Ciro Nogueira diz que renuncia caso denúncias sejam comprovadas

Senador teria sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos envolvidos em esquema de propina

postado em 09/09/2014 13:57

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou nesta terça-feira (9/9) que renuncia ao mandato se ficar comprovado qualquer relação dele com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em fax enviado ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 13; Vara Federal de Curitiba, responsável pelo caso da estatal, Nogueira disse que recebeu com ;perplexidade e indignação; as acusações envolvendo o nome dele.

;Renunciarei ao meu mandato se houver qualquer transação que beneficie a mim ou qualquer estrutura empresarial da qual seja sócio, cotista ou esteja de alguma forma, individual e diretamente, relacionado no contexto das investigações vigentes;, garantiu.

[SAIBAMAIS]

No documento, Ciro Nogueira também se compromete a renunciar ao mandato de senador, caso sejam encontrados registros financeiros, no Brasil ou no exterior, que sirvam como vínculo com as confissões feitas pelo ex-diretor da Petrobras e, ainda, se houver a revelação de áudio ou vídeo de conversas impróprias, do ponto de vista ético, entre ele, Paulo Roberto ou qualquer integrante do suposto esquema.

O senador comunicou, ainda, que exonerou o assessor Mauro Conde Soares, que trabalhava com ele desde o início do mandato. A medida foi tomada depois que o jornal O Estado de S. Paulo publicou ontem (8) reportagem com provas de que o doleiro Alberto Youssef pagou passagens de assessores dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Cicero Lucena (PSDB-PB), de Brasília a São Paulo. O jornal teve acesso ao recibo da compra dos bilhetes aéreos, ida e volta, da companhia TAM, no valor de R$ 3.543,25. É o primeiro documento que liga diretamente o gabinete de parlamentares ao doleiro.

Segundo Ciro Nogueira, o assessor exonerado admitiu que realmente foi a São Paulo, a convite da contadora de Yousseff, Meire Poza. ;Como era período de recesso parlamentar, não tinha falado comigo, pois se tratava de um assunto que ( segundo ele) não dizia respeito ao gabinete. Além de confessar que tinha agido sem meu conhecimento, o assessor também isentou de participação qualquer outro funcionário do gabinete;, explicou o senador.

Salientou que, após ser ouvido no gabinete, o assessor dirigiu-se à Delegacia de Polícia do Senado Federal, onde registrou o ocorrido em depoimento. O senador Cícero Lucena está em Brasília, mas, procurado pela Agência Brasil, ainda não se pronunciou.

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