Politica

Candidatos ao Planalto sobem o tom e tentam desconstruir adversários

Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) apostam em ataques paralelos na campanha à Presidência da República

postado em 10/09/2014 06:03
Brasília, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte ; À margem das denúncias envolvendo a Petrobras, os três principais candidatos ao Palácio do Planalto apostam em ataques paralelos para desconstruir os adversários. A campanha da presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição, trouxe o medo para o centro do debate ; com uma peça publicitária com críticas à proposta de autonomia do Banco Central ; e orientou a estratégia com foco em desmontar as ideias da candidata do PSB, Marina Silva. A socialista, por sua vez, apontou a mira para os parceiros de Dilma. Disse que se ela for eleita, terá que agradecer a políticos como os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL). Já o candidato do PSDB, Aécio Neves, tenta mostrar que Marina e Dilma são mais parecidas do que como se apresentam, ao lembrar o passado da socialista no PT.



Contra a ex-ministra, interlocutores próximos à campanha de Dilma contam que já começaram a trabalhar para minar a candidatura da socialista com ataques às propostas. Um passo foi dado ontem com a peça publicitária de 30 segundos que cita Marina e a proposta de dar autonomia ao Banco Central, apesar de ser uma prática comum em países desensolvidos, que significaria ;entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre a sua vida e de sua família;. Nas imagens, banqueiros ficam felizes enquanto a comida acaba. Também ontem, militantes do PT e sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) protestaram contra a autonomia do órgão em frente à sede do BC.

[SAIBAMAIS]Em São Paulo, Dilma voltou a insistir nos ataques à socialista, disse que não tem banqueiro a apoiando nem a sustentando, em referência indireta à coordenadora do programa de Marina, Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú . ;Não adianta falar que eu dei ;bolsa banqueiro;. Não tenho banqueiros me apoiando, me sustentando;, afirmou. ;Dar autonomia ao Banco Central significa que ele vai definir taxa de juros, câmbio e políticas de crédito sem prestar contas aos poderes Executivo e Legislativo;, condenou. Segundo um aliado, a tática é atacar as políticas que a socialista propõe para o país. ;Banco Central independente é um retrocesso absurdo. Questionar todo planejamento estratégico de exploração do pré-sal é outro equívoco. Vamos seguir mostrando esse limite dentro da política com as escolhas que ela está fazendo;, argumenta o interlocutor.

Contradições

Os argumentos seguem orientações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem dito que não precisa bater pessoalmente em Marina, mas que basta ir às contradições dela. ;Ela não tem discurso nem estrutura partidária para enfrentar a gente;, diz o petista. Entre os itens que estão na lista da campanha para serem desmontados estão o ;desmame da indústria brasileira; e até mesmo a criminalização da homofobia. ;Ela fala em desmame da indústria, mas, diante a crise, é preciso protegê-la de maneira correta. Mas ela não vacila só na área econômica, pois voltou atrás na criminalização da homofobia;, diz. Na avaliação dos petistas, a composição de uma equipe heterogênea ;está mostrando uma faceta de candidatura conservadora;.

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