Naira Trindade, Paulo de Tarso Lyra
postado em 10/09/2014 08:00
Ainda sob o impacto das denúncias feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as irregularidades na estatal ouvirá hoje o depoimento do também ex-diretor Nestor Cerveró. Ao lado de Costa, ele fazia parte da diretoria que aprovou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que causou prejuízos de R$ 1 bilhão aos cofres da empresa. Cerveró ainda terá de explicar a aquisição de um apartamento de R$ 7,5 milhões em Ipanema. ;É um valor muito alto para qualquer cidadão;, disse o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), que vai pedir a convocação da mulher do ex-dirigente, Patrícia Cerveró.O depoimento, marcado para a tarde de hoje, será precedido por uma reunião do presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), com os demais integrantes da CPMI. O encontro foi pedido por Bueno, que pressiona o colegiado a solicitar ao Ministério Público e à Polícia Federal cópia do depoimento de Paulo Roberto Costa, sob a égide da delação premiada. Nele, o ex-diretor da Petrobras lista uma série de senadores e deputados que teriam recebido propina da estatal. Integrantes da CPMI também querem ouvir Costa novamente.
Bueno defende que, caso as denúncias contra esses parlamentares ; que incluem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN ; sejam confirmadas, os casos devem ser encaminhados aos respectivos Conselhos de Ética. Um dos citados no depoimento de Costa, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), encaminhou carta ao juiz Sérgio Moro, que investiga o caso, se dizendo perplexo e indignado com as acusações do ex-diretor da Petrobras. ;Abro mão de qualquer tipo de segredo de Justiça;, disse, acrescentando que renunciará ao mandato caso surja qualquer evidência de relacionamento entre ele e Paulo Roberto Costa. A exemplo do senador Cícero Lucena (PSDB-PB), Nogueira vai exonerar o servidor que teve passagens aéreas pagas pelo doleiro Alberto Youssef.
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