Naira Trindade
postado em 10/09/2014 16:53
Integrantes da CPI mista da Petrobras aguardam o ofício despachado na noite de terça-feira (9/9) pelo ministro relator Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, liberando o acesso da comissão aos documentos da Operação Lava-Jato que estão no STF. Os parlamentares ainda não tiveram acesso à decisão e acreditam que as informações da delação premiada não fazem parte dessa remessa. ;É necessário um pedido diferenciado para o envio dessas por causa do segredo de justiça;, disse o líder do Solidariedade, Fernando Francischini (PR).[SAIBAMAIS]Na noite de terça, o ministro Teori despachou decisão liberando o acesso aos parlamentares que investigam o escândalo da Petrobras, mas não especificou o conteúdo dos documentos. Não se sabe ainda se parte da delação já se encontra no Supremo. Na prática, os integrantes da CPMI já têm acesso aos documentos que chegam ao Supremo. Eles conseguiram o acesso em decisão anterior para fins de dar andamento às investigações da comissão mista de inquérito da Petrobras.
Desde 29 de agosto, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa presta depoimentos à Polícia Federal e a procuradores. Tudo é gravado. Esse material é lacrado e deve ser encaminhado à Suprema Corte, que vai decidir se acata a delação. Uma das possibilidades cogitadas é de a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba encaminhar as gravações e informações apenas depois de concluída toda a fase de oitivas. Paulo Roberto dever ser ouvido por mais dez dias.
Pela manhã, senadores e deputados reunidos no gabinete do presidente da comissão mista, Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiram enviar uma petição ao ministro relator Teori Zavascki para obter informações da delação. É a segunda tentativa dos parlamentares de conseguir as informações do depoimento desde a notícia de que o ex-executivo citou nomes de políticos no esquema de corrupção.
Na segunda-feira, parlamentares enviaram um ofício ao STF pedindo acesso às informações. Investigadores não encaminharam os dados sob justificativa que o caso está em segredo de justiça e o vazamento prejudicaria as investigações. A saída encontrada pelos integrantes da CPMI na reunião da manhã desta quarta-feira é oficiar a petição ao Supremo como parte do processo. ;A CPI quer ser parte nesse processo;, enfatizou Vital.