A candidata à presidência da República Marina Silva se reuniu na tarde deste domingo (14/9) com indígenas para ouvir reivindicações de representantes dos mais de 300 povos de todo o país. Em um auditório na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), líderes apresentaram uma série de propostas à presidenciável. Entre elas, a demarcação de todas as terras. As populações tradicionais criticaram que mais de 60% do território indígena não estão demarcados, em uma situação que gera conflitos para os próprios índios.
Em uma carta entregue a Marina Silva, os indígenas também pedem a inviabilização de iniciativas antiindígenas que buscam reverter ou suprimir os direitos constitucionais presentes no Congresso Nacional; aprovação do Projeto de Lei e efetivação do Conselho Nacional de Política Indigenista; aprovação da lei infraconstitucional, o Novo Estatuto dos Povos Indígenas, que deverá nortear todas as ações e políticas públicas indigenistas; garantia de acesso de todos os indígenas à educação de qualidade, específica e diferenciada; entre outras propostas.
Os indígenas apresentaram críticas às construções de hidrelétricas no norte do país. Marina Silva tentou não polemizar e afirmou não ter nenhum posicionamento ideológico contra hidrelétricas, desde que as obras sejam feitas com respeito à proteção do meio ambiente e proteção das comunidades indígenas. "O projeto para ser criado não basta que tenha viabilidade econômica. Precisa ter viabilidade ambiental, social e cultural para poder dialogar com as populações indígenas", disse.
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A presidenciável se comprometeu a analisar todas as outras questões levantadas pelos indígenas e destacou a importância de demarcação de terras como respeito à história do Brasil. ;Sem isso, não há nem sequer como termos identidade, como manter todos aqueles atributos que são necessários às comunidades e aos povos indígenas. Política pública é um direito. E quando elas são feitas devem ser entendidas como um direito;, avaliou.
Marina destacou que tem como proposta de governo de que o Brasil seja um país que mantenha um desenvolvimento econômico com critérios de sustentabilidade. ;Não tem nada a ver em ser contra o desenvolvimento ou o progresso. Quem disse que para ser um país desenvolvido tem que ser feito em prejuízo dos índios ou dos quilombolas. É perfeitamente possível integrar todas essas coisas. E é com esse compromisso que estamos andando o Brasil inteiro;, afirmou.