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Politica

Debate entre presidenciáveis vira arena para ataques mútuos

Presidenciáveis reforçam as críticas aos adversários em evento televisivo promovido pela CNBB. Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves são os alvos preferenciais. Entre os temas abordados, estão crise na Petrobras, corrupção e criminalização da homofobia



Em pergunta ao mesmo candidato, Marina criticou a ;falta de compromisso; do atual governo com a reforma agrária. ;Segundo os movimentos, hoje temos milhares de famílias esperando para receber um pedaço de terra;, disse. Para Aécio, sobrou um ataque da candidata do PSol, Luciana Genro, que o acusou de falar mal do PT, mas ser conivente com casos de corrupção envolvendo o PSDB.

Nos bastidores, houve confusão. Os jornalistas foram impedidos de acompanhar o debate no auditório. Uma repórter diz que foi agredida por um segurança da Presidência da República ao tentar permanecer no local. Antes do encontro, Aécio e outros candidatos lancharam com o presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno. Marina não foi para poupar a voz. E Dilma, cuja presença chegou a ser dúvida, chegou em cima da hora do evento.

FRASES

"Sempre tive tolerância zero com corrupção. Quero lembrar ao Aécio que quem investigou e puniu crimes de corrupção foi um integrante do governo: a Polícia Federal e o Ministério Público. Fortalecemos a Polícia Federal, criamos o Portal da Transparência, não escolhemos ;engavetador-geral da República;;
Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição

"Os brasileiros estão envergonhados e indignados com o que vem acontecendo na mais importante empresa pública do país porque um grupo político, para se manter no poder, permitiu um vale-tudo. Não é possível que o Brasil continue a ser administrado com tanto descompromisso com ética, decência e valores cristãos;
Aécio Neves, presidenciável do PSDB

"Hoje, a reforma agrária está abandonada à sua própria sorte se comparada a governos anteriores. O atual governo assentou 20 mil famílias. O governo Lula assentou 70 mil, o FHC, 60 mil. Queremos assentar 85 mil;
Marina Silva, presidenciável do PSB

"Moradia é uma questão básica para a família. É difícil, mas, se por acaso, eu ganhar esta eleição, eu colocaria alguém para monitorar cada família em área de risco. E começar a colocá-las em local seguro. Defendemos também voltar a ocupar o centro das cidades de uma forma democrática;
Eduardo Jorge, presidenciável do PV

"Entendo que a laicidade é garantia para todas as religiões e para quem não tem religião. As políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma crença, por isso defendo união civil entre pessoas do mesmo sexo e que é preciso combater a homofobia e a discriminação;
Luciana Genro, presidenciável do PSol

"O Estado está agigantado hoje, aparelhado, foco de corrupção. A família brasileira trabalha hoje mais de 150 dias por ano para pagar impostos. O Estado gasta mais do que arrecada e a dívida vai aumentar. Vamos diminuir o número de ministérios;
Pastor Everaldo, presidenciável do PSC

"O brasileiro, quando sai de casa todos os dias, é assaltado pelo menos três vezes. Para comprar uma pizza, quando vai ao mercado e quando entra para comprar um carro. Se ele entra no banco, é assaltado de novo. São todos (os candidatos) aqui representantes de banqueiros e sonegadores;

Levy Fidelix, presidenciável do PRTB

;Sou totalmente contra (a discriminalização). A maconha é a porta de entrada para outras drogas. Temos uma juventude assassinada pelas armas e pelas drogas, que entram livremente pelas fronteiras desguarnecidas do país;
Eymael, presidenciável do PSDC