Politica

Silêncio de Paulo Roberto Costa aumenta a pressão pelo teor da delação

O ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras repetiu a frase "nada a declarar" por 18 vezes na CPI mista da Petrobras

Naira Trindade, Paulo de Tarso Lyra
postado em 18/09/2014 08:23
Desde 29 de agosto, Paulo Roberto Costa presta depoimentos para esclarecer o esquema de lavagem de dinheiro

O silêncio do ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras Paulo Roberto Costa durante a sessão da CPI mista do Congresso aumentou a pressão dos parlamentares pelo teor dos depoimentos de delação premiada junto do Supremo Tribunal Federal. Presidente da comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) agendou para a próxima terça-feira uma reunião com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e o ministro Teori Zavascki.

[SAIBAMAIS]A 17 dias das eleições, a oposição tenta tomar conhecimento das informações repassadas pelo ex-diretor à Justiça e à Polícia Federal. Desde 29 de agosto, Paulo Roberto Costa presta depoimentos para esclarecer o esquema de lavagem de dinheiro que pode ter desviado cerca de R$ 10 bilhões dos cofres públicos. Parte do dinheiro, teria confessado o delator, iria para políticos e partidos aliados do governo. A CPI já formalizou um pedido para ter acesso à delação premiada e ao inquérito da Operação Lava-Jato.

Inicialmente, parlamentares tentaram marcar o encontro para as 18h de hoje, mas preferiram mudar para semana que vem devido à incompatibilidade de agenda do relator, o deputado Marco Maia (PT-RS), que concorre à reeleição. Para a próxima semana, integrantes da CPI mista querem pedir também que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, participe do encontro com Lewandowski e Teori Zavaski.



Ao usar o direito constitucional de permanecer calado, o ex-diretor agradou ao Palácio do Planalto, que teme que novas informações sangrem ainda mais o escândalo da Petrobras. Três horas antes da sessão, Janot havia afirmado que informações de delação são sigilosas. ;A lei que disciplina a questão da delação premiada impõe sigilo a todos os envolvidos. A lei impede que qualquer pessoa se refira à eventual delação e ao seu conteúdo. É imposição de sigilo legal;, disse, sem se referir a um caso específico.

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