postado em 20/09/2014 07:41
Políticos de oposição cobraram ontem investigação sobre o suposto uso indevido de serviços dos Correios no envio de materiais de campanha de Dilma Rousseff (PT) em Campinas (SP) e criticaram o episódio. Em coletiva de imprensa, Dilma negou as irregularidades, assim como o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. No início do mês, a empresa autorizou, ;em caráter excepcional;, a distribuição de cerca de 4,8 milhões de panfletos da campanha petista no estado de São Paulo, sem a chancela da companhia. Como o procedimento é utilizado na apuração da quantidade de materiais distribuídos, a ausência da marcação abriria margem, em tese, para fraudes.
;O departamento jurídico da campanha de Aécio Neves analisa a questão e deve entrar com uma representação;, disse o senador Agripino Maia (DEM-RN), coordenador nacional da campanha do presidenciável tucano. ;Trata-se de uma empresa estatal que praticou um ato fora das normas, com o objetivo de beneficiar a candidatura oficial. Impõe-se uma investigação. Pode ter sido configurado o uso da máquina;, disse. A avaliação é compartilhada pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG). ;É mais uma demonstração clara de aparelhamento do Estado para ajudar o partido que está no poder. Em se tratando da presidente da República, deveria ter sido empregado um zelo muito maior;, disse. As denúncias foram publicadas ontem no jornal O Estado de S.Paulo.
Dilma negou as supostas irregularidades. ;Isso é um factoide de campanha, porque foi pago, tinha nota fiscal e os Correios oferecem o serviço. Se houve erro, a campanha vai pagar por ele. Estou dizendo que, até agora, em tudo que nós olhamos, eu não vi nenhum erro;, comentou. Linha de argumentação similar foi adotada pelo presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. Ele disse que a prática é recorrente em campanhas. ;Os candidatos levam para distribuir o material já impresso, e aí vai sem a chancela. Mas sob recibo e sob constatação do número que vai ser distribuído naquelas localidades. Nós temos diversos exemplos;, disse.
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