Politica

Câmara dos Deputados pode votar hoje aumento para policiais federais

Aumento está previsto em medida provisória encaminhada pelo Executivo. Oposição atribui à medida caráter 'eleitoreiro'

postado em 07/10/2014 19:14

O Plenário da Câmara dos Deputados pode votar na noite desta terça-feira (07) a Medida Provisória 650 de 2014, enviada pelo Executivo, que concede aumentos aos policiais federais de todo o país. Tanto a oposição quanto o governo apoiam o projeto, mas o quórum de 257 deputados necessário para a votação ainda não foi atingido. Mesmo apoiando o projeto, deputados da oposição dizem que o envio do projeto tem caráter ;eleitoreiro;, por ter sido enviado às vésperas do 2; turno das eleições e durante o desenrolar da Operação Lava Jato, deflagrada pela PF, e que tem atingido políticos da base aliada.

;Poderia ter sido feito antes;, disse o deputado e delegado licenciado da PF Fernando Francischini (SD-PR). ;Tinha que ter dado esse aumento para a Polícia Federal antes. Eles tem esse direito, e o governo deixa para a última hora para votar esse aumento, na boca da eleição. Vamos ajudar a aprovar, mas é preciso dizer isso, que foi deixado para fazer na boca da eleição. É uma medida eleitoreira;, frisou ele. ;O que não pode ocorrer é a oposição fazer um discurso pré-eleitoral sobre corrupção;, disse.

;Contenção de perdas;


Lider do Solidariedade na Câmara, Francischini disse ainda que o não compartilhamento das informações da delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, tem por objetivo fazer a ;contenção de perdas; eleitorais, com vistas ao 2; turno das eleições presidenciais, que ocorre no dia 26 deste mês. ;É muito ruim para o regime democrático brasileiro a delação premiada não vir ao conhecimento do público antes do 2; turno. Eu tenho certeza absoluta pelas minhas fontes na Polícia Federal, que se essa delação viesse ao conhecimento, muitos órgãos de governo aqui na Esplanada seriam cercados pela população;, disse ele. Até agora, a CPMI não teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Costa feita à PF e ao Ministério Público Federal (MPF).




Francischini disse ainda que apresentará amanhã o requerimento para que a CPMI da Petrobras ouça o ex-ministro Antônio Palocci, acusado de ter pedido a Paulo Roberto Costa cerca de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma Rousseff (PT) em 2010. ;O governo federal está jogando pesadíssimo para que não haja divulgação. Já atrapalhou a CPMI quando foi necessário, evitando que comparecessem deputados da base do governo. Evitando a aprovação dos requerimentos mais polêmicos, fazendo acordo para que não se votassem as quebras de sigilo bancário e fiscal que pudessem acertar o governo;, reclamou Francischini. Até agora, a CPMI não teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Costa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação