postado em 14/10/2014 07:47
;Não vou arranjar mais inimigos do que já tenho. Os meus eu coordeno, mas não vou arranjar mais.; Essa foi a justificativa dada à Comissão Nacional da Verdade (CNV) pelo ex-coronel da Polícia Militar de Pernambuco José Carlos Acampora de Paula Machado. Ele se recusou a fornecer à CNV os nomes de colegas que serviram ao seu lado durante a ditadura militar (1964-1985). Machado atuou no Destacamento de Operações de Informações ; Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) do IV Exército no Recife.Mesmo tendo admitido a prática da tortura no Doi-Codi, Machado se negou a identificar os agentes responsáveis pelas violações de direitos humanos. Ele disse acreditar que o coronel Paulo Malhães tenha sido assassinado e, por isso, não indicou nomes de outros agentes por ;já ter muitos inimigos;. Malhães foi morto no sítio em que morava, em Nova Iguaçu (RJ), após ter assumido ter torturado presos políticos. O assassinato ocorreu um mês após o ex-agente do Centro de Informações do Exército ter deposto à CNV, em março deste ano.
A CNV iniciou ontem uma série de atividades em conjunto com a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara (CEMVDHC) de Pernambuco. Depois de tomarem depoimentos de agentes da repressão que atuaram no Recife, ontem, os integrantes dos colegiados partem hoje para diligências no Doi-Codi e na Delegacia de Ordem Política e Social (Dops). Na companhia de quatro ex-presos políticos, eles tentarão identificar os locais exatos utilizados para tortura. Segundo apurações, agentes do Doi-Codi podem estar envolvidos em dois assassinatos e oito desaparecimentos entre os anos 1972 e 1973.
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